Novembro Azul: urologistas de Barueri falam sobre saúde do homem
Pesquisas revelam que mais de 50% dos homens só procuram o médico quando os sintomas estão em estágio avançado
Estamos em pleno Novembro Azul, mês de lembrar que os homens também devem cuidar da saúde. Doenças como câncer de próstata, câncer de pênis, hipertensão e diabetes, que tanto acometem a comunidade masculina, são os pontos mais abordados durante a campanha, que é realizada mundialmente.
Em Barueri, a Secretaria de Saúde intensificou a atenção voltada ao homem em toda a rede. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), consultas e exames de PSA estão sendo priorizados, assim como os atendimentos em urologia no Centro de Especialidades Luiz Maria Barletta e os exames e biópsias no Centro de Diagnósticos Maria Mariano Meneghin. No Hospital Municipal de Barueri (HMB) foram disponibilizadas 160 vagas aos sábados para consultas, triagem e coleta de PSA, além de palestra com o urologista Jair Pedralli, que ocorreu no dia 18 com transmissão ao vivo pela internet.
Câncer de próstata
Pesquisas revelam que mais de 50% dos homens só procuram o médico quando os sintomas estão em estágio avançado. O dado condiz com a fala do médico urologista do Centro de Especialidades de Barueri, Marcelo Fernandes do Nascimento.
“Na verdade, quem mais incentiva os homens são as parceiras. Ele só procura em uma fase mais avançada, mas é muito importante que procurem, que façam os exames, que tenham uma atitude como as mulheres já têm. No nosso sistema público as mulheres procuram o médico nove vezes mais que os homens, então elas são um exemplo a ser seguido”, incentiva.
De acordo com o especialista, o câncer de próstata, muito frequente entre a população masculina, tem 90% de chance de cura se detectado bem no início. “Um em cada seis homens terá o câncer de próstata, e um em cada 36 homens morre de câncer de próstata. Hoje no nosso meio, 20% dos homens têm descoberto o câncer de próstata numa fase já avançada, o que impede a chance de cura, onera o sistema público e limita a capacidade física e funcional do paciente”, afirma Marcelo.
Colega de Marcelo no Centro de Especialidades, o urologista Ney Anderson Ramos reforça a importância das visitas periódicas ao médico. A partir dos 45 anos, o homem deve realizar o exame de PSA, substância produzida pela próstata, e também o exame de toque anualmente.
“Quando você demora muito para detectar o câncer de próstata, infelizmente ele pode dar metástases, se espalha pelo corpo. Pode ir para ossos, principalmente, fígado, pulmão. Então é muito importante a gente detectar a doença precocemente, porque você tem todas as chances de curar a doença, seja com radioterapia ou com cirurgia”, alerta Ney.
Prevenção
O médico Marcelo explica que não é possível fazer uma prevenção primária desse tipo de tumor, o que se faz é uma prevenção secundária, baseada em uma alimentação saudável, na prática de atividade física, ao evitar consumo excessivo de gorduras, proteína principalmente, como carnes vermelhas, além da diminuição do sobrepeso.
“É dessa forma que ele vai diminuir a incidência de câncer de próstata. O histórico familiar é muito importante, então o homem que tem no histórico familiar pai, irmão, tio de primeiro grau com câncer de próstata já tem três vezes mais chances de ter um câncer. E também, geneticamente, homens negros têm uma tendência de ter um câncer mais precoce e isso acaba, inevitavelmente, levando ao achado de tumor numa fase mais tardia”, frisa o urologista.
Impotência sexual
A impotência sexual pode ser uma consequência durante o tratamento contra o câncer de próstata e é um dos maiores medos dos homens, que acabam abandonando o tratamento no meio do caminho. Marcelo faz questão de dizer que existe tratamento para isso também.
“Pós cirurgia ou pós radioterapia existe tratamento, sim, para disfunção erétil. Tem tratamentos orais, injetáveis e cirúrgicos. Basta persuasão no tratamento e nós vamos conseguir uma cura pra isso”, garante o médico.
Câncer de pênis
O câncer de pênis é outro mal que cada vez mais acomete os homens e pode levar à amputação do membro e até à morte. O urologista Ney explica que esse tipo de tumor está relacionado com a fimose e o HPV (papilomavírus humano) e, se não detectado rapidamente, pode crescer muito e levar ao câncer. Assim como a fimose, que se não submetida à cirurgia leva a inflamações dentro do pênis.
“Alguns homens têm muita vergonha de vir ao urologista e falar se tem algum problema no pênis, só fazem isso quando está em um estágio muito avançado. Muitas vezes é só tirar a lesão. Quando está muito no início a gente só tira a lesão; quando já está muito avançado ele vai pra outros órgãos, para os linfonodos, e a lesão começa a crescer tanto que você vai ter que amputar o pênis. Pode ser uma amputação parcial ou total do pênis e aí temos que fazer uma reconstrução do canal da uretra pra pessoa poder urinar novamente”, pontua.
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Um acompanhamento médico periódico é a melhor forma de manter a saúde e o bem-estar em dia. Procure a UBS mais próxima de sua casa, a assistência é totalmente gratuita. O encaminhamento para o especialista é feito pelo clínico geral da UBS.
Fonte: Jornal A Cidade