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Voto pelo celular: conheça o resultado dos testes feitos na eleição do Entorno

OTribunal Superior Eleitoral (TSE) despertou a curiosidade dos eleitores ao anunciar estudos para a adoção do voto pelo celular ou tablet nas Eleições. O projeto Eleição do Futuro foi anunciado no 1º turno das eleições 2020 e contou com testes em algumas cidades, incluindo Valparaíso de Goiás (GO), município do Entorno situado a 32 quilômetros de Brasília.

O objetivo do presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, é encontrar uma forma mais moderna e barata para o processo de votação, sem perder a segurança em cada voto. Aproximadamente 31 empresas manifestaram interesse, sendo que 26 apresentaram propostas e cases em 15 de novembro.

O Grupo de Trabalho do TSE, responsável pelo projeto, continuará os estudos sobre alternativas de voto digital. A Corte poderá realizar provas de conceito com as empresas que apresentaram soluções durante as demonstrações.

Por enquanto, o TSE está fazendo uma reflexão para conhecer as propostas do mercado. Nenhum centavo foi gasto até o momento.

Criptografia

A RelataSoft participou dos testes em Valparaíso. Segundo o sócio e presidente da empresa, Leonardo Cunha, o modelo apresentado reconheceu a necessidade do segredo do voto, com o uso de uma criptografia específica, com foco na área eleitoral.

Existem vários tipos de criptografia no mundo digital. A tecnologia simétrica é usada em certificados e assinaturas digitais. A proposta da empresa para garantir o sigilo do voto usa o modelo assimétrica homomórfica. Antes do voto, a plataforma faz a identificação do eleitor, sendo utilizada biometria facial.

O título de eleitor dirá quais são as linhas telefônicas do cidadão. Ou seja, o sistema checa a titularidade do chip e o registro do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).

Na sequência, o sistema faz a autenticação da identificação do eleitor. Dessa forma, a plataforma compara a pessoa com o cadastro eleitoral, em sigilo. Após a validação, a tecnologia emite uma autorização para o voto. A liberação é acompanhada por um mesário.

O mesário, então, vai enviar a liberação do voto para o celular do eleitor. Haverá um tempo para a pessoa votar. Até então, todo o processo segue em um sistema independente da votação. E, antes do voto, a plataforma poderá enviar vídeos explicando ao eleitor como funciona o sistema eleitoral.

Voto envelopado

Chega o momento do voto. “Na nossa proposta o voto já nasce encriptado pelo aplicativo de celular. Não poderia ser de outra forma, porque nós temos o imperativo constitucional de que o voto nasça secreto. Não posso envelopar no servidor. Tenho que envelopar na origem”, pontuou Cunha.

O voto segue cifrado em um canal seguro para dificultar interferências, impedindo a inserção de votos falsos. Neste sentindo, cada comissão eleitoral terá uma chave de acesso da sessão. No ato do voto, o sistema envia duas mensagens para a “urna”. Se o primeiro envio teve sucesso, o segundo bate como um envelope igual e é descartado.

O eleitor o mesário recebem a informação do voto. A pessoa deixa a sala, após a conclusão do processo, para não haver o risco de que ela saia com celular podendo votar novamente.

Voto 100% web

A Infolog Tecnologia em Informática também participou da exposição em Valparaíso. A empresa está no mercado desde 1998. E, a partir de 2015, passou a oferecer soluções de votação pela internet.

“Nós trabalhos com eleições com 400 mil, 350 mil pessoas, que são esses conselhos de classe maiores. Como por exemplo, o Conselho Federal de Farmácia, o Conselho Federal de Administração e o Conselho Federal de Psicologia”, contou o diretor da Infolog Felipe Arruda.

Segundo Arruda, a proposta da empresa é uma votação 100% web. Na exposição do 1º turno, foram apresentadas tecnologias já empregadas nas eleições de conselhos. De acordo com o diretor, a partir da definição do colégio eleitoral, é gerado um certificado privado e único para cada eleitor, uma espécie de e-CPF.

Na sequência, é emitida uma senha única e aleatória, que deve ser trocada pelo eleitor por uma nova.

Na hora do voto, o eleitor ainda deverá fazer o registro biométrico, podendo ser facial ou digital. “Em programação, existe a operação atômica. Ou ela acontece ou não acontece. Você tem uma comunicação entre servidores em que um servidor informa para o outro que está tudo ok. E a operação só acontece se for 100% processada da maneira correta. É igual uma transação financeira”, explicou.

Fonte: Metrópoles

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