Quantas doses de vacina o Brasil precisa para toda a população?
Para imunizar toda a população acima de 18 anos contra a covid-19, o Brasil teria que ter à disposição pelo menos 161 milhões de doses de um imunizante que fosse em aplicação única.
Ocorre que a maioria das candidatas requer duas doses. No caso da vacina de Oxford/AstraZeneca, que foi comprada pelo governo brasileiro, é possível que o esquema recomendado seja meia dose seguida de um reforço com dose completa no intervalo de 28 dias.
Dessa forma, em um cenário hipotético, o país precisaria de 241,5 milhões de doses se usasse apenas o imunizante de Oxford.
Em duas aplicações, seriam necessárias 322 milhões de doses para vacinar os cerca de 161 milhões de brasileiros com mais de 18 anos.
Pelos cálculos do Ministério da Saúde, o país deve ter até 260 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca.
Segundo o ministro Eduardo Pazuello, 100 milhões serão importadas até junho de 2021. Em seguida, a Fiocruz será capaz de produzir até 160 milhões de doses até dezembro.
Além disso, o Brasil terá acesso a 42 milhões de doses de uma ou mais das dez vacinas que fazem parte do Covax Facility, consórcio para aquisição de imunizantes encabeçado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Se o cronograma se cumprir, é possível, então, que haja vacina suficiente para a maioria dos brasileiros, embora o ministério tenha dito na semana passada que não planeja imunizar toda a população.
Como razão para isso, a pasta alegou que os testes das vacinas não incluem crianças e gestantes, por exemplo, o que impossibilitaria a vacinação em massa.
Prioridades
As primeiras 15 milhões de doses da vacina de Oxford chegarão ao Brasil em janeiro, segundo Pazuello. Mantido o esquema vacinal de 1,5 dose por pessoa, podem imunizar 45 milhões de brasileiros — o equivalente a toda a população do estado de São Paulo.
O governo apresentou na segunda-feira (1º) um esboço de quais grupos devem ter prioridade na vacinação pelo SUS.
A primeira fase será para trabalhadores da saúde, idosos acima de 75 anos, idosos acima de 60 anos que vivem em casas de repouso ou instituições psiquiátricas e indígenas. Em seguida, serão idosos de 60 a 74 anos.
A fase 3 inclui pessoas com comorbidades, como doenças crônicas. Na sequência, professores, trabalhadores de forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e detentos.
Fonte: Notícias R7