Mulher de Marcola é alvo de operação em SP por suspeita de lavagem de dinheiro
Polícia Civil começou a cumprir 13 mandados de busca e apreensão contra parentes do chefe da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Policiais apreenderam documentos, cartas e dinheiro de casa em condomínio de luxo que está em nome dos sogros de Marcola.
A Polícia Civil de São Paulo começou a cumprir na manhã desta quarta-feira (16) 13 mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre o patrimônio de familiares de Marco Williams Herbas Camacho, o Marcola, apontado como chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que age dentro e fora dos presídios.
A operação realizada por policiais da 6ª Delegacia de Investigações sobre Facções Criminosas e Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) tem como um dos alvos Cynthia Giglioli da Silva, mulher de Marcola.
Um dos locais de buscas ocorre no salão de beleza de Cynthia na Casa Verde, na Zona Norte de São Paulo, e em sua casa dentro de um condomínio em Alphaville, na região metropolitana. Em 2008, Cynthia foi condenada, em segunda instância, a oito anos de prisão por lavagem de dinheiro e por formação de quadrilha.
Na casa de Alphaville foram apreendidos documentos, cartas e uma quantia de R$ 4.000 em dinheiro. Também foram apreendidos carros de luxo e uma moto importada.
Além da mulher de Marcola, também são alvos os sogros dele, que teriam emprestado o nome para a compra de casas de alto padrão.
De acordo com as investigações, bens de altos valores foram adquiridos nos últimos anos e colocados em nome de parentes de Marcola, sem comprovação da origem lícita do dinheiro. A polícia suspeita que os recursos para aquisição dos bens tenham vindo de ações criminosas. A polícia investiga lavagem de dinheiro.
Réu novamente
Em agosto deste ano, Marcola, apontado como um dos principais líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), se tornou réu pela acusação de ter dado a ordem para matar o promotor de Justiça Lincoln Gakyia, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e também o chefe da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado de São Paulo (Croeste), Roberto Medina, em 2018.
A denúncia contra Marcola tinha partido do próprio Ministério Público Estadual (MPE), depois da localização de cartas no dia de visitas a presos.
Na época, a Promotoria também descobriu um plano de resgate na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).
Outras quatro pessoas também foram denunciadas pelo MPE. A Justiça ainda decretou a prisão preventiva de três delas, inclusive de Marcola – que já está preso em uma unidade federal de Brasília desde fevereiro de 2019. Ele cumpre pena por formação de quadrilha, tráfico de drogas, roubo a banco, roubo a mão armada e homicídios. Os crimes somam mais de 330 anos de prisão.
Fonte: G1