Confira 14 dúvidas comuns (e as respostas) sobre a Covid-19

Ao fim do primeiro ano convivendo com o coronavírus, ainda há muito para a ciência descobrir sobre o micro-organismo que mudou a vida da população de todos os países do mundo, trancou bilhões dentro de casa e matou mais de 1,6 milhão de pessoas, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.A Covid-19, doença causada pelo SARS-CoV-2, é caracterizada pelo surgimento de sintomas semelhantes aos de gripe, como febre, dor de cabeça e mal-estar geral, além de dificuldade para respirar. Há discussão sobre se a infecção é respiratória, vascular ou até autoimune, e pesquisadores tentam entender exatamente qual é a ação do vírus no organismo humano.Com o aumento expressivo de casos e óbitos no Brasil e no mundo, é cada vez mais importante que se esteja informado sobre o vírus e a infecção e como evitar a doença. Por ser um vírus novo, são poucas as informações disponíveis e várias as dúvidas existentes.A seguir, confira as principais dúvidas e respostas sobre a Covid-19:

1. O vírus se transmite pelo ar?

A transmissão do vírus que causa a Covid-19 acontece principalmente por inalação de gotículas de saliva ou de secreções respiratórias que ficam presentes no ar quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala, ou por meio do contato com superfícies contaminadas.

2. Quem não tem sintomas pode transmitir o vírus?

Sim, principalmente devido ao tempo de incubação da doença, ou seja, o período entre a infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas. Assim, a pessoa pode ter o vírus e não saber, sendo possível a transmissão para outras pessoas. No entanto, a maior parte das contaminações parece acontecer apenas quando a pessoa começa a tossir ou espirrar.

3. O que é um grupo de risco?

Corresponde ao grupo de pessoas que têm mais chance de desenvolver complicações graves da infecção, principalmente devido à diminuição da atividade do sistema imunológico. Nesse grupo, estão incluídos idosos e pessoas com enfermidades crônicas, como diabetes, doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC), insuficiência renal ou hipertensão.Além disso, são considerados também grupo de risco pacientes que fazem uso de imunossupressores, estão em quimioterapia ou foram submetidos recentemente a procedimentos cirúrgicos, incluindo transplantes.

4. Existe uma vacina?

Até o momento, não existe vacina contra a Covid-19 aprovada no Brasil. Por isso, é importante adotar as medidas de prevenção para evitar o contágio e a transmissão do vírus. A vacina da Pfizer, que está sendo aplicada em alguns países, só recebeu autorização em caráter emergencial, para um pequeno grupo – de pessoas mais vulneráveis à infecção.

5. Antibiótico trata o coronavírus?

Os antibióticos possuem atividade apenas contra bactérias e alguns fungos e parasitas, não tendo efeito sobre os vírus. Além disso, quando se faz uso dos medicamentos sem a recomendação médica, pode haver favorecimento da resistência microbiana a antibióticos, diminuição da atividade do sistema imune e possibilidade de ocorrência de outras doenças.

O tratamento para a Covid-19 é feito com medidas de suporte, como hidratação, repouso e alimentação adequada, devendo haver isolamento para evitar a transmissão do vírus. Até o momento, não foram identificados antivirais que tivessem ação contra o coronavírus.

6. É seguro viajar?

É importante consultar as orientações do destino da viagem, isso porque alguns países adotaram medidas para evitar a transmissão do vírus, podendo haver indicação de isolamento obrigatório assim que chegar ao local, bem como realização do teste de PCR antes do embarque, por exemplo. Além disso, alguns locais fecharam os aeroportos para voos internacionais.

Aviões, trens e ônibus normalmente não possuem muita circulação de ar e transportam um grande número de pessoas, o que também poderia favorecer a transmissão. Por isso, no caso de a viagem ser necessária e estar autorizada pelos órgãos de saúde, é importante que sejam adotadas medidas de precaução, como cobrir boca e nariz na hora de tossir ou espirrar, evitar tocar com as mãos nos olhos e na boca e lavar a mão com água e sabão ou álcool em gel frequentemente.7. Posso ser infectado por meio de uma encomenda?

De acordo com a OMS, a probabilidade de ter contato com o vírus a partir de uma encomenda que veio de um país com grande quantidade de casos é muito baixa, isso porque o pacote provavelmente foi exposto a diferentes condições e variações de temperatura e umidade, o que poderia inativar o vírus. Além disso, ainda não se sabe de fato quanto tempo o novo coronavírus é capaz de permanecer infectante em superfícies.

8. Animais de estimação podem transmitir o vírus?

A transmissão da Covid-19 de animais de estimação para pessoas ainda não foi comprovada, mas há casos de cães e gatos contaminados.

9. Álcool em gel caseiro funciona?

Apesar de o álcool em gel ser bastante utilizado como forma de prevenir o contágio com agentes infecciosos, incluindo os vírus, o álcool em gel caseiro não necessariamente possui a mesma eficácia. Para que funcione corretamente, é importante que tenha concentração adequada de álcool capaz de eliminar o agente infeccioso.

Por isso, para se proteger, é imprescindível usar álcool em gel a 70%, tanto para fazer a higienização das mãos como para desinfetar superfícies e objetos, e lavar as mãos com água e sabão de forma regular.

10. Temperaturas mais altas matam o vírus?

Até o momento, não há informações que indiquem qual a temperatura mais adequada para impedir o espalhamento e desenvolvimento do vírus. No entanto, o novo coronavírus já foi identificado em vários países com climas e temperaturas diferentes, o que indica que pode não sofrer interferência desses fatores.

Além disso, a temperatura do corpo é normalmente entre 36ºC e 37ºC, independentemente da temperatura da água que se toma banho ou da registrada no ambiente em que se vive, e como o novo coronavírus está relacionado a uma série de sintomas, é sinal de que consegue desenvolver-se naturalmente no corpo humano.

11. Vitamina C ajuda a proteger contra a Covid-19?

Não há evidências científicas que indiquem que a vitamina C ajude a combater o novo coronavírus. O que se sabe é que essa vitamina ajuda a melhorar o sistema imune, pois é rica em antioxidantes que combatem os radicais livres, prevenindo a ocorrência de doenças infecciosas e podendo aliviar os sintomas do resfriado, por exemplo.

12. O ibuprofeno piora os sintomas da Covid-19?

Um estudo realizado por pesquisadores da Suíça e da Grécia em março de 2020 indicou que o uso do ibuprofeno foi capaz de aumentar a produção de uma enzima que pode ser encontrada nas células do pulmão, dos rins e do coração e tornaria os sintomas respiratórios mais graves.

Porém, essa relação foi feita baseada em apenas um estudo realizado em diabéticos e levando em consideração a enzima presente no tecido cardíaco. Por isso, não é possível afirmar que o uso do medicamento tenha relação com o agravamento dos sinais e sintomas da Covid-19.

13. O vírus sobrevive por quanto tempo?

Uma pesquisa desenvolvida em março de 2020 por cientistas americanos indicou que o tempo de sobrevivência do Sars-CoV-2 varia de acordo com o tipo de superfície que é encontrado e com as condições do ambiente. Assim, de forma geral, o vírus pode sobreviver e permanecer infectante por cerca de:

• 3 dias, no caso de superfícies de plástico e aço inoxidável;
• 4 horas, no caso de superfícies de cobre;
• 24 horas, no caso de superfícies de papelão;
• 3 horas na forma de aerossóis – as partículas podem ser liberadas quando uma pessoa infectada faz nebulização, por exemplo.

Apesar de poder estar presente em superfícies em sua forma infectante por algumas horas, esse tipo de contágio ainda não foi determinado. No entanto, recomenda-se a desinfecção de superfícies que possam conter o vírus, além de ser importante fazer uso de álcool em gel e lavar as mãos regularmente.

14. Quanto tempo demora para ter o resultado do exame?

O tempo entre a coleta da amostra e a liberação do resultado depende do tipo de exame que será realizado, podendo variar entre 15 minutos e sete dias. Os resultados que saem em menor tempo são os dos testes rápidos.

O mais demorado é o PCR, que é um exame molecular mais específico, considerado o mais eficiente e feito principalmente para confirmar o caso positivo. O teste, que é realizado a partir de amostra de sangue ou da amostra coletada por swab nasal ou oral, revela se há infecção pelo coronavírus e a quantidade de cópias de vírus no organismo, indicando a gravidade da doença.

Fonte: Metrópoles