Governador de São Paulo cria fase emergencial, proíbe cultos, futebol e antecipa recesso escolar
Reclassificação do Plano São Paulo é ainda mais restritiva do que a fase vermelha vigente; toque de recolher será ampliado e passa a valer entre 20h e 5h
O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou na quinta-feira (11) a criação da fase emergencial do Plano SP, uma nova classificação ainda mais restritiva e proibitiva. O toque de recolher foi ampliado e fica valendo entre 20h e 5h. Atividades esportivas coletivas e celebração de cultos religiosos serão suspensas entre os dias 15 e 30 de março.
“Nós não estamos fazendo lockdown em São Paulo. É a fase emergencial, mais restrita e mais dura, mas não é lockdown”, afirmou Doria.
As escolas públicas estaduais terão os recessos de julho e outubro antecipados para a próxima segunda-feira (15), para evitar a transmissão comunitária entre jovens e crianças. O secretário de Educação, Rossieli Soares, recomendou que a rede privada siga o decreto que será adotado na rede pública para garantir que os alunos tenham maior tempo em sala de aula com a melhora da pandemia.
A CNN antecipou que Campeonato Paulista será paralisado por conta do recrudescimento da pandemia do coronavírus.
“O que nós procuramos não é cercear o trabalho e a vida das pessoas, o que buscamos é proteger a vida das pessoas”, disse Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Covid-19. O governo estima que 4 milhões de pessoas deixem de circular na nova fase.
“Se nas próximas duas semanas a gente conseguir interromper o número de internações, eu estimo que estaremos salvando cerca de 40 vidas por dia”, afirmou Menezes.
São Paulo é o único estado da região Sudeste do país que atinge níveis de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) acima de 80%, conforme aponta o levantamento feito pela CNN junto às secretarias de Saúde.
“É a velocidade da instalação da pandemia no nosso estado que compromete a assistência”, afirmou o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn. São Paulo tem atualmente 9.184 pacientes internados em leitos de UTI, o equivalente à média de 150 novas admissões por dia.
O número de internações é 47% maior do que o registrado na primeira onda da pandemia. O estado está há 20 dias consecutivos registrando recordes de pacientes internados em UTI Covid.
“Se nós não conseguirmos implementar essas medidas e não conseguirmos aumentar o isolamento social, muita gente vai morrer. Muita gente com plano de saúde não terá leito disponível em hospitais privados”, disse o coordenador executivo do Centro de Contingência, José Gabbardo.
O que muda
A reclassificação altera a operação de vários serviços com a adoção de medidas proibitivas. Serviços de retirada de alimentos estão suspensos, lojas de materiais de construção, celebrações religiosas coletivas e atividades esportivas coletivas estão com restrição completa. As atividades administrativas não essenciais, como em órgãos públicos e escritórios de qualquer atividade, deverão adotar o tele-trabalho.
Fonte: Jornal A Cidade