Espanha reabre fronteiras para turistas vacinados; Brasil fica de fora
Exigência é que vacina seja aprovada pela União Europeia ou pela OMS e que a última dose tenha sido tomada com 14 dias de antecedência. Brasil é considerado de ‘especial risco epidemiológico’.
A Espanha reabre a partir desta segunda-feira (7) suas fronteiras a turistas de praticamente todos os países do mundo que tenham sido vacinados contra a Covid-19.
A exigência é que a vacina seja aprovada pela União Europeia ou pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que a última dose tenha sido tomada com no mínimo 14 dias de antecedência.
A medida, no entanto, não contempla os viajantes do Brasil, que é considerado de “especial risco epidemiológico” (assim como a África do Sul).
A decisão de permitir a entrada de pessoas imunizadas na Espanha foi anunciada pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez em maio. Na ocasião, ele afirmou que a medida valeria para cidadãos de qualquer país, o que gerou falsas expectativas em relação à liberação das viagens de brasileiros.
Turistas usando máscaras chegam ao aeroporto de Málaga-Costa do Sol, em Málaga, na Espanha, em 24 de maio de 2021 — Foto: Jon Nazca/Reuters
Restrições ao Brasil
Mas, em uma reunião ministerial no dia 1º, o governo espanhol decidiu prorrogar as restrições que já estavam em vigor para o Brasil.
Os voos procedentes do país podem transportar apenas cidadãos ou residentes legais da Espanha ou de Andorra e passageiros em trânsito que fiquem menos de 24 horas no aeroporto.
A África do Sul tem restrições semelhantes. Já os viajantes da Índia, outro país com alta incidência da doença, podem entrar desde que cumpram quarentena ao chegar no país.
Destino turístico
O intuito do governo espanhol é viabilizar a retomada do turismo no verão, que vai de junho a setembro no hemisfério norte e responde pela maior parcela do faturamento anual do setor.
Com clima quente, praias exuberantes e uma cultura rica e diversificada, a Espanha é um dos destinos favoritos dos viajantes europeus e atrai principalmente ingleses, mas também alemães e franceses.
Mulher fuma em praia nas Ilhas Canárias, na Espanha, em agosto de 2020 — Foto: Borja Suarez/Reuters
Em 2020, o número de estrangeiros que entraram no país despencou quase 80% e o turismo doméstico também sofreu com as restrições impostas à mobilidade. O setor, que em 2019 respondia por quase 13% do PIB, viu sua participação reduzida a pouco mais de 4% no ano passado.
O tombo deixou feridas, com muitos trabalhadores tendo seus contratos de trabalho suspensos ou encerrados e diversos estabelecimentos fechando as portas. Para este ano, o governo estima que as contratações no setor se recuperem parcialmente e alcancem 50% dos níveis de 2019.
‘Passaporte de vacinação’
Para isso, deverá contribuir a criação do chamado Certificado Verde Digital, documento proposto pela Comissão Europeia para restaurar a liberdade de movimentação no bloco.
Com previsão de entrada em vigor em 1º de julho, o passe será emitido gratuitamente e permitirá a inclusão de três tipos de certificados: de vacinação, de resultado de um teste recente de antígenos ou PCR e de superação da Covid-19.
Para os residentes de países considerados de risco da União Europeia ou do Espaço Schengen, qualquer desses requisitos é suficiente para a entrada na Espanha.
Covid-19 na Espanha
A Espanha é um dos países europeus mais afetados pela pandemia, mas a situação hoje é muito menos crítica do que há alguns meses.
A incidência média de Covid-19, que em janeiro superava os mil casos por cem mil habitantes, hoje está na casa dos 130 por cem mil habitantes.
O percentual da população que tomou ao menos uma dose de vacinas contra o novo coronavírus chega a 40%, e aqueles com imunização completa passa de 21%.
A previsão oficial é ter 70% da população adulta imunizada até o fim de agosto.