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Reflexão: Papai Noel

Papai Noel são tantas as demandas que não sei por onde começar! Vou logo lhe dizendo, não quero pedir nada para mim.Em verdade tenho muito a agradecer, pelo fato de ter nascido num país tão desigual, filho de família nordestina, negro, pobre, compreendo que faço parte de pouquíssimos que contrariam as estatísticas.Embora fora das estatísticas, pertenço a uma classe social que há muito Papai Noel, conta, vive e sonha com a sua ajuda.Meus sonhos de criança Papai Noel já ficaram para trás, por anos remeti lhes as minhas cartinhas, pedindo um jeep Bandeirantes e uma bicicleta caloi 50 dobrável.Por anos seguintes o senhor trocou os meus presentes, me enviando aquela bola colorida de plástico mole que ao topar com o primeiro espinho, ou com os pregos da cerca furavam. Hoje Papai Noel gostaria muito que o senhor continuasse mantendo no coração das crianças aquele mesmo espírito natalino que eu tivera. Embora compreenda que os pedidos são outros, os brinquedos ganharam outro patamar, já não são mais empurrados ou embalados como os de antes, passaram de inanimados para animados.As necessidades também estão ganhando outras dimensões, deixaram de serem fantasias e passaram a serem urgencias.Ainda assim meu Senhor assista as demandas destas crianças, mesmo que não atenda na íntegra os seus anseios, mantenha ao menos o espírito natalino vivo nos vossos corações.Quiçá um dia Papai Noel, assim como eu, eles possam entender que os Papais Noeis já foram crianças e também tiveram as suas fantasias e sonhos. Talvez não tenham sidos atendidos conforme gostariam, mas ainda assim pelo fato do Senhor ter tido com eles: atenção e cuidado, mantiveram viva as suas esperanças, e assim possibilitou-os a continuarem sonhando. 

Rosalvo Silva Filho

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