Barueri

Vereador de Ibiúna está envolvido em venda de exames médicos no Centro Diagnóstico de Barueri

Caso foi descoberto na quarta-feira (9) e será encaminhado ao Ministério Público e Polícia Civil

Milton Monti, Secretario de Saúde de Barueri

Na terça-feira (15), a imprensa foi convocada pela Secretaria de Saúde de Barueri, com o intuito de comunicar um incidente flagrante de comercialização de exames médicos dentro das instalações do Centro de Diagnostico. Milton Monti, o secretário da pasta, relata que uma mulher proveniente de Ibiúna visitou o Centro de Diagnostico na quarta-feira (9), trazendo consigo dois agendamentos para tomografias. Durante uma conversa casual na sala de espera com outra paciente, ele comentou sobre a estética agradável do local, ressaltando que havia pago um valor razoável pelo exame. A paciente rapidamente esclareceu que o Centro de Diagnostico era uma instituição pública da Prefeitura e que os exames não eram pagos. A mulher, então, decidiu buscar informações junto à equipe de apoio da unidade para esclarecer a situação.

Assim, foi possível identificar a irregularidade por parte da Secretaria de Saúde, o que deu início imediato a uma investigação. Constatou-se que a paciente de Ibiúna havia procurado auxílio na Câmara Municipal da sua cidade para obter os agendamentos de tomografia. O atendimento foi realizado no escritório de um vereador, cujo nome não foi divulgado durante a coletiva.

Alega-se que este vereador intermediou o processo de agendamento dos exames, exigindo um pagamento de R$150,00 por exame através de uma transferência PIX. O agendamento foi efetuado utilizando guias manuais de encaminhamento, um procedimento que já foi abandonado pela Secretaria. Atualmente, todos os encaminhamentos são realizados de forma digital, e as guias manuais só são utilizadas em situações remanescentes.

Indivíduos de outras localidades eram registrados como residentes locais, e alguns funcionários tiravam proveito das ausências para encaixar pacientes que pagavam pelo exame. Houve casos em que pacientes da cidade tiveram seus agendamentos cancelados para acomodar esses encaixes irregulares.

Diante dessa situação, a Secretaria de Saúde iniciou uma investigação interna para descobrir quantos funcionários municipais estão envolvidos, se médicos estão implicados no esquema, além de quantas pessoas foram beneficiadas pelo esquema e quem atuou como intermediário.

Para isso, a situação será oficialmente encaminhada ao Ministério Público e à Polícia Civil. O Secretário destacou que se trata de um incidente de extrema gravidade e inaceitável, configurando um ato criminoso.

Monti ressalta que a divulgação do caso visa encorajar outras vítimas a se manifestarem e, ao mesmo tempo, desencorajar novas ocorrências semelhantes. Ele explica que, em março, quando assumiu a Secretaria de Saúde, emitiu uma portaria para abolir o uso de guias manuais, bem como reduziu significativamente o número de funcionários com acesso à categoria ‘master’, que possuem permissão para alterar agendamentos dentro e fora das Unidades Básicas de Saúde (UBSs). O número de funcionários com tal nível de acesso foi reduzido de 1530 para 180.

Embora haja evidências dos pagamentos realizados via PIX, Monti acredita que será necessário solicitar a quebra de sigilo bancário para verificar tais transações.

Uma campanha pública de conscientização será lançada na rede de saúde, com o objetivo de informar o público sobre a gratuidade dos exames médicos e evitar que qualquer paciente seja levado a efetuar pagamentos indevidos.

Fonte: O Repórter Regional

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