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Conheça a história do jovem órfão de Ruanda que saiu de um lixão e foi para Harvard

Justus Uwayesu vivia em uma família numerosa, como muitas em Ruanda. Até que, em 1994, ele perdeu os pais e passou a viver em um lixão. A sua história seria diferente, se a oportunidade de ter uma boa educação não tivesse aparecido na sua vida: anos depois, ele foi aceito na Universidade de Harvard, uma das mais importantes de mundo. 

Ruanda fica na África Central, sendo um país pobre e pequeno, do tamanho de Alagoas. Em 1994, ele passou pela sua fase mais sombria, um genocídio que visava a exterminação da etnia Tutsi. Foram 100 dias de massacre autorizado, com apoio do exército. Era comum que as forças armadas parassem as pessoas na rua e vissem, em suas identificações, a etnia, exterminando-as imediatamente.

Foi em meio a esse caos que Justus – com apenas 3 anos – e seus irmão perderam seus pais e fugiram, sendo adotados por familiares em uma cidade próxima. Vendo que a fome só aumentava e que não poderia cuidar das crianças, eles foram, novamente, abandonados à própria sorte.

Do genocídio ao lixão:

Depois de perder seus pais e serem abandonados pelos parentes, eles viveram nas ruas, mas a seca era tão grande, que até o capim que os sustentava acabou. No desespero, eles foram aos poucos tentando retornar à sua cidade natal, para ver se encontravam meios de sobreviver.

Primeiro foram os mais velhos, sendo que Justos, então com 9 anos, foi um dos últimos a partir, acompanhado de um amigo da mesma idade. Eles caminharam mais de 100 km para chegar à cidade e se abrigaram no lixão, onde tinham alguma comida disponível, mesmo que estragada e um abrigo: um carro incendiado que fora abandonado.

E foi lá onde ele encontrou o seu milagre: Clare Effiong. Voluntária na Esther’s Aid, ela foi ao lixão para perguntar o que os meninos estavam precisando. As respostas mais recebidas eram comida, roupa e brinquedos, mas uma a tocou profundamente: Justos pedia para ir à escola. E foi então que a partir desse dia tudo mudou.

Do lixão para o mundo:

Justus foi adotado pela voluntária e pôde finalmente ir à escola. Como já tinha uma certa idade, não começou no primeiro ano, como todos. Ainda assim, obteve excelentes notas.

O tempo foi passando e Justus nunca esqueceu das suas origens. Ainda jovem, há 10 anos, fundou, com alguns amigos, o SUN (Seven United for the Needy, em português Sete Unidos por quem Precisa). Juntos, eles promoviam educação de qualidade para aquelas crianças que tinha menos oportunidades.


Atualmente, não são só amigos, mas mais de mil membros ao redor do mundo que trabalham para erradicar – ou pelo menos diminuir – a pobreza nas comunidades e possibilitar uma educação de qualidade.

Universidade de Harvard

Esse desejo de ajudar, crescer e fazer a diferença, além das suas excelentes notas, garantiram a Justus uma vaga em uma das mais cobiçadas universidades do mundo: a Universidade de Harvard.

Lá ele se formou em economia como um dos melhores alunos. Hoje está cursando o mestrado em “assuntos globais”, através de uma bolsa de estudos, em uma universidade chinesa de ponta.

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