Aos 91 Anos, Ela Mostra que o Conhecimento Não Tem Idade
Aos 85 anos, ela realizou o sonho de ler e escrever. Aos 91, concluiu o ensino médio. Agora, está prestes a iniciar um curso superior. Essa é a história inspiradora de Iolanda Conti, moradora de Guarulhos, que mostra como nunca é tarde para aprender.
Natural de Piranguçu (MG), Iolanda teve sua infância marcada pelo trabalho. Aos 8 anos, ajudava os pais na roça e cuidava dos irmãos. Aos 11, mudou-se para São Paulo com uma família que prometeu educação, mas o que encontrou foi exploração. “Ela foi enganada, nunca teve acesso à escola e trabalhou sem parar desde então”, conta sua filha, Vera.
O tempo passou. Iolanda se casou, teve três filhos e seguiu a vida trabalhando em padarias, lavanderias e como faxineira. Mas o sonho de estudar nunca a abandonou. “Ela sempre dizia que queria aprender a ler e escrever. Então, eu a matriculei em uma escola”, lembra Vera.
O resultado dessa decisão ganhou destaque no G1 e viralizou nas redes sociais: uma formanda do ensino médio que, aos 91 anos, conquistou uma bolsa para cursar Nutrição.
Iolanda não está sozinha. Milhares de brasileiros têm sonhos interrompidos pela falta de acesso à educação. Jovens, adultos e idosos que querem, mas não podem estudar. Para eles, o EJA é uma porta para o recomeço.

A Importância da EJA
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino voltada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade nos estudos na idade adequada. Com o programa, essas pessoas podem concluir a educação básica e ampliar suas oportunidades pessoais e profissionais.
A EJA é essencial para a inclusão social e para a redução das desigualdades educacionais no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, havia 9,3 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais que não eram alfabetizados, representando uma taxa de analfabetismo de 5,4%.

O Impacto e os Desafios do Programa
O número de matrículas na EJA tem oscilado ao longo dos anos. Em 2015, apenas na região Nordeste, 2.181.611 pessoas estavam matriculadas no Ensino Fundamental, sendo 1.937.345 na modalidade presencial. No entanto, a tendência é de queda, reflexo da falta de continuidade e investimento adequado.
Histórias como a de Iolanda mostram como a EJA transforma vidas. Assim como Alex Cardoso, que deixou a escola para ajudar os pais e, após 20 anos, voltou a estudar e se tornou mestre em Antropologia pela UFRGS. Ou Ewerton Menezes, que concluiu o ensino médio na EJA e hoje é diretor de um centro educacional em São Paulo.
Entretanto, a interrupção da EJA em algumas localidades compromete o direito à educação e limita as chances de desenvolvimento de muitos brasileiros. Sem a educação, perpetuam-se os ciclos de pobreza e exclusão social.
A EJA é mais do que uma oportunidade de aprendizado: é um resgate de dignidade, um caminho para um futuro melhor. Investir e garantir sua continuidade é essencial para construirmos uma sociedade mais justa e igualitária.
Iolanda Conti é a prova viva de que nunca é tarde para aprender. Seu sonho foi adiado, mas jamais esquecido. Agora, prestes a iniciar a faculdade, ela nos ensina que o conhecimento não tem idade e que a educação é a chave para a transformação.
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Fonte:Portal Nossa Oeste