Petrobras sofre pressão com temores sobre petróleo e julgamento no Supremo, mas analistas seguem confiantes com estatal
A semana em que completa 60 anos é de reflexão para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em um 2020 bastante desafiador para o cartel e também para a maior petroleira brasileira, a Petrobras (PETR3;PETR4).
Apesar da sensação de que “o pior já passou” após a forte turbulência no mercado entre os meses de março e abril com a pandemia associada a uma “guerra de preços” entre Arábia Saudita e Rússia (encerrada justamente com a coordenação da organização), nas últimas semanas os temores de uma segunda onda voltaram a afetar o mercado.
A cotação do brent, usado como referência internacional, caiu para menos de US$ 40 o barril na semana passada e pela primeira vez desde junho, com algumas previsões sobre a recuperação para o atual momento da pandemia não se concretizando. Apesar do alívio nas cotações nas últimas sessões, o sinal de alerta segue ligado. No ano, os preços do petróleo caem mais de 30%.
Neste contexto, aconteceu a reunião da Opep+, que trouxe também os aliados da organização e se encerra nesta quinta.
Conforme havia apontado Gabriel Francisco, analista da XP Investimentos, antes da conclusão da reunião, a expectativa não era de que grandes decisões sobre níveis de produção ocorressem, com o cartel também em compasso de espera sobre a “volta do mundo ao normal”.
“O mercado não está em uma situação de alta de estoques tão preocupante para anunciarem mais cortes. O que pode acontecer é algo no sentido de sinalizar medidas para fazer com que todos os países integrantes do grupo cumpram as suas cotas de corte de produção, o que é difícil de realizar”, destacou o analista.
Na reunião, Arábia Saudita e a Rússia, avaliaram se os cortes de produção, que começaram a ser reduzidos em agosto, ainda terão impacto no preço. No mês passado, o corte de produção dos países membros foi reduzido de 9,7 milhões de barris por dia para 7,7 milhões diários.
O encontro, por sinal, teve um saldo positivo, impulsionando os preços do petróleo na sessão desta quinta, com líderes sauditas sendo bastante incisivos ao condenarem os membros do cartel que não cumpriram as cotas de produção, enquanto o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, disse que o grupo deve continuar se esforçando para cumprir o acordo.