Cultura

DIA DO NORDESTINO?

Texto: Décio Trujillo

Salve todos os artistas, músicos e poetas, escritores e escultores, cientistas e repentistas, jangadeiros e quituteiras, capoeiristas (valeu, mestre Moa) e ritmistas, mães de santo e rezadeiras.
Mas vou falar é dos meus.
Do chef Raimundo, baiano, corintiano; da cunhada Fabiana Almeida, a quem eu devo uma das minhas maiores bênçãos; das sergipanas Joanne Mota e Joana Côrtes, que nem se conhecem mas deviam, mulheres de sonho e luta.
Também da Maria do Socorro, um beijo do cabeça branca; da minha eterna amiga e chefe Claudia Belfort. Duas pernambucanas.


Do João Hélio Cavalcanti, hoje totalmente potiguar, parceiro de colégio. Nunca estivemos tão próximos apesar dos três mil quilômetros. E do João Cavalcante, fantástico ilustrador cearense que por uns tempos tinha como principal diversão fazer uma caricatura minha por dia.
Do baiano-carioca-irmão Claudio Renato Passavante e seus afilhados e amigos e cúmplices baianos todos pretos.
Do meu genro Artur, sereno pernambucano e toda a sua gente.
Da cearense Camila Maciel, que eu conheci outro dia mas parece que foi há tanto tempo.
Da Renata, garçonete cearense, gente finíssima do Baião, gigante pequeninha. E do Vasco, cruzmaltino apaixonado, garçom alagoano que foi embora quase ontem e levou embora nossos longos papos de política entre um freguês e outro. Valeu.


Do seu Pedro, maranhense que caiu do andaime e nunca mais andou.
Do Chiquinho, paraibano parceiro de lutas pelos direitos dos trabalhadores que o povo conhece como Chico César. Da Fátima, Fatinha, piauiense, assistente social, companheira de intermináveis conversas lá na juventude.
E como não do Néo Marques Lima, professor, lutador, que se cansa e desiste nos dias ímpares mas está lá de volta à luta nos pares?
Do Gustavo Costa Acioli, jornalista dos bons, debatedor valente que resolveu ir morar no campo mas não se afastou da peleja.
Lá do passado, salve seu Arara, amigo do peito dos meus velhos com seu sotaque e vozeirão inesquecíveis que enchiam o boteco; seu Zé da Areia, em cujo quintal conheci o forró; seu Antônio empurrando o carrinho de doces; seu João Cajé, pai de um montão de amigos de infância..
Quanta gente e ainda faltam tantos.
Por isso, esse negócio de Dia do Nordestino eu não sei, não. Sempre achei que é todo dia.

Jornalista Décio Trujillo

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