Covid-19

Russomanno diz que moradores de rua e da Cracolândia podem ser mais resistentes à Covid-19 por não tomarem banho

O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Republicanos, Celso Russomanno, disse nesta terça-feira (13) que moradores de rua e usuários de droga da Cracolândia podem ser “mais resistentes do que a gente” à Covid-19 “porque convivem o tempo todo nas ruas, não têm como tomar banho”.

A declaração foi dada durante um encontro na Associação Comercial de São Paulo, na região central, onde o candidato do Republicanos ouviu demandas dos empresários do setor e criticou a maneira como o governo de São Paulo e a Prefeitura conduziram as medidas de restrição contra o coronavírus na capital paulista.

Russomanno ainda disse que “tem que se aprender muito sobre a Covid-19”. Para ele, o contágio nas periferias, na Cracolândia, e, entre os moradores de rua, não foi do jeito esperado.

“Todo mundo esperava que a Covid tomasse conta de todo mundo, até porque, eles não têm o afastamento que foi pré-estabelecido pela OMS. E eles estão aí, nós temos casos pontuais, e não temos uma quantidade imensa de moradores de rua com problema de Covid. Talvez eles sejam mais resistentes do que a gente, porque eles convivem o tempo todo nas ruas, não tem como tomar banho todos os dias, etc e tal”, afirmou.

Não há evidência científica que a falta de banho seja fator de proteção contra a Covid-19, nem estudos científicos que liguem o excesso de banho à maior prevalência da doença no Brasil ou no mundo. Mas especialistas indicam que é recomendável tomar banho e trocar as roupas sempre que alguém passa por aglomerações para evitar a transmissão do vírus em casa (veja mais dicas sobre proteção contra o coronavírus aqui).

Russomanno criticou ainda a política de isolamento da Prefeitura de São Paulo, em coordenação com o governo do estado. Ele chamou a atual gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) de “penduricalho” do governo de João Doria (PSDB) e defendeu o isolamento vertical, onde há o distanciamento social de grupos específicos, onde há maior risco de contágio e onde se concentram as pessoas com comorbidades.

“Esse isolamento deveria ter sido feito, depois dos primeiros 30 dias, de forma vertical, cuidando das pessoas com problemas respiratórios, das pessoas cardíacas, dos idosos, das pessoas com deficiência…deveria ter sido cuidado disso, e não fechado o comércio do jeito que foi feito, quebrando e desempregando todo mundo, agora nós vamos ter que consertar isso tudo. E não vai ser fácil não…”, disse Russomanno.

entou, que “na minha administração, produto pirata não vai ter. Quer vender, tem que ter nota fiscal”, disse o candidato ao responder uma pergunta feita por um comerciante de São Miguel Paulista, na Zona Leste, incomodado com a competição desleal de quem se instala nas calçadas, sem pagar impostos.

Russomanno declarou também que no ano que vem, com a revisão do plano diretor, pretende reforçar a política de adensamento na região central da cidade, e, também, promover descentralização de atividade econômica para os bairros, evitando o deslocamento constante.

A Associação Comercial de São Paulo representa 10 mil comerciantes da capital que estão enfrentando o desafio de se recuperar de um período intenso de retração econômica. Uma medida de estímulo ao consumo, para o candidato, seria a criação de um programa de distribuição de renda, como dinheiro da renegociação da dívida do município com o governo federal, que é o que ele chama de “auxílio paulistano”.

“Eu vou fazer tudo pra trazer as coisas pra São Paulo, inclusive recursos para os pequenos e médios empresários”, diz o candidato. “O auxílio paulistano é o complemento ao auxílio emergencial, que a gente mantém a economia girando porque se tem dinheiro pra comprar, a gente está fazendo com que a sociedade gire”, completou.

Marmitas

Durante o evento o candidato do Republicanos também afirmou que os moradores de rua por vezes desperdiçam comida doada por entidades assistenciais e que o poder público precisa coordenar as atividades de ONGs para ajudar o maior número de pessoas na cidade.

“Muitas vezes durante a pandemia eu saindo aqui do Centro às 22h, depois de trabalhar o dia inteiro pelas ruas, nas fiscalizações, nós vemos as peruas passando. Às 18h30 passava uma perua e deixava o alimento. Eles [moradores de rua] abriam a quentinha, não gostavam, jogavam na rua. Aí, às 19h30 passava outra. Às 20h, passava outra. De manhã cedo tá cheio de comida jogada pelo chão. O poder público não é competente pra organizar o que a iniciativa privada quer fazer pra proteger a nossa sociedade”, declarou.

Fonte: G1

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