Supercomputador mostra como o coronavírus se espalha em mesa de restaurante
Não é surpresa para ninguém que restaurantes são ambientes prováveis a contrair a COVID-19, uma vez que é preciso, obviamente, estar sem máscara para se alimentar. E para provar isso, cientistas da Universidade de Kobe, no Japão, usaram um supercomputador para demonstrar como a simples distribuição das mesas e cadeiras nesses estabelecimentos pode fazer diferença na propagação do novo coronavírus (SARS-CoV-2).
O experimento foi feito com o computador Fugaku, em parceria com a empresa de pesquisas Riken. A máquina, considerada mais rápida do mundo, mostrou como o coronavírus se espalha pelo ambiente quando pessoas estão compartilhando a mesma mesa. A simulação mostrou a emissão das partículas de aerossol em uma mesa com quatro pessoas, todas conversando e sem usar máscaras.
Na imagem abaixo, vemos o que acontece quando uma pessoa sentada fala em sua frente. As imagens mostram que cerca de 5% das gotículas vão para essa pessoa que está na frente.
Já a pessoa que está sentada na diagonal de quem está falando, tossindo ou espirrando, será atingida com um quarto da quantidade das gotículas.
Agora, quando a pessoa que está falando olha para o lado, a pessoa que está ali será atingida com mais de 25% das gotículas.
O resultado do experimento mostrou que a distribuição das mesas e cadeiras faz toda a diferença na propagação das partículas. Quando uma pessoa contaminada está sentada à mesa, as chances de o indivíduo que está em sua frente ser atingido por gotículas contaminadas é quatro vezes maior do que se o infectado estivesse em sua diagonal. Já a pessoa que está ao lado do contaminado é a que mais está em risco. Quando a pessoa com COVID-19 vira a cabeça para conversar com quem está ao lado, este está cinco vezes mais vulnerável à exposição, já que as partículas vão diretamente a ele.
“Quando pessoas com COVID-19 tossem, espirram, cantam, conversam ou respiram, elas produzem gotas respiratórias. Essas gotas podem ter tamanhos variados, desde grandes e visíveis até as menores. Pequenas gotículas também podem formar partículas quando secam na corrente de ar com mais rapidez”, explicou o CDC anteriormente.
O estudo feito no Japão também mostrou que os níveis de umidade podem ter impacto significante em como as partículas são propagadas no ar. A pesquisa mostrou que em um escritório, por exemplo, 6% das gotículas de uma tosse alcançam uma pessoa está em sua frente a cerca de dois metros de distância, com umidade de 30%. A quantidade é reduzida em 2% quando a umidade está a 90%.
Sendo assim, menos gotículas são dispersas quando a umidade está alta, sugerindo que o uso de umidificadores em ambientes fechados pode ajudar a limitar o contágio da doença, em casos de não haver a possibilidade de ventilação.
Fonte: Canal Tech