Greenpeace diz que ‘prefeituras têm papel crucial na prevenção a incêndios’
Após dois incêndios registrados recentemente em áreas de mata no Tamboré 4 e Tamboré 6, porta-voz do Greenpeace Brasil disse que o clima é o principal fator para o aumento do número de queimadas e incêndios nesta época, mas gestões precisam ficar atentas. Em Barueri e Santana há legislação sobre o tema
Alphaville registrou recentemente alguns incêndios em áreas de mata. No dia 23, um incêndio ocorreu em um terreno próximo ao muro do Tamboré 4, o que causou preocupação entre os moradores. Outro incidente aconteceu no dia 7, quando uma área de vegetação próxima ao muro do Tamboré 6 pegou fogo após a queda de uma árvore na fiação elétrica.
Romulo Batista, porta- voz do Greenpeace Brasil, explicou à reportagem que o principal fator para o aumento do número de queimadas e incêndios florestais nesta época é o clima, com a diminuição das chuvas e da umidade relativa do ar. Ele enfatizou que cabe às prefeituras tomar medidas para prevenir esses incidentes, como a criação de legislação municipal sobre o tema e campanhas de conscientização durante todo o ano para desencorajar as queimadas.
“Nessa época, a vegetação, seja ela plantada ou natural, fica mais seca e propícia a queimar. Cabem às prefeituras adotar ações para evitar essas ocorrências, como criar legislação municipal sobre o tema e fazer campanha durante o ano todo para conscientizar as pessoas a não fazer queimadas”, explicou.
Erwin Hugo Ressel Filho, Engenheiro Florestal, ressaltou que para ocorrer um incêndio são necessários três elementos: uma fonte de calor (como um raio ou bituca de cigarro), um comburente (o oxigênio da atmosfera) e um material combustível (como gravetos e folhas secas). “Se esses três elementos estiverem presentes e houver uma sinergia entre eles, então haverá fogo, que pode ser de origem natural ou antrópica (causada por ação humana). Basicamente, um incêndio florestal ocorre quando o fogo está fora de controle, enquanto uma queimada ocorre quando se tem controle sobre o fogo”.
Segundo dados da Defesa Civil de Santana de Parnaíba, neste ano, foram 13 episódios de incêndios na cidade até o momento. Sete deles envolveram fogo em mata, um foi relacionado a árvore que caiu na fiação e um considerado criminoso.
Desde 2013, Santana de Parnaíba conta com uma lei que proíbe queimadas de materiais resultantes de limpeza de terrenos, varrição, podas ou extrações ou qualquer outro material em terrenos baldios, calçadas e vias públicas da cidade, com multa equivalente a 20 UFESP. Em Barueri, uma legislação proibindo as queimadas entrou em vigor em 2020. Em caso de descumprimento, a multa é de 20 UFIB’s.
Prevenção
Os especialistas destacaram que a população tem papel fundamental na prevenção dos incêndios, pois muitas vezes é ela quem detecta primeiro o fogo. “É essencial que a população saiba dos riscos e esteja atenta na detecção de eventuais focos de fogo sabendo a quem recorrer em caso de incêndios florestais de forma ágil. Além disso a população em geral também deve conhecer as ações de prevenção executadas pelo poder público e compreender o quão mal um incêndio florestal pode representar”, enfatizou Erwin.
Eduardo Soares, consultor especialista em Proteção Agroflorestal, apontou que, entre os cuidados básicos relacionado a prevenção está evitar limpeza de áreas com uso do fogo e não soltar balões, além de campanhas educativas.
“É importante também que se faça um estudo regionalizado das prováveis causas desses incêndios e seja traçado um plano de ação mais assertivo”, disse.
Fonte: Folha de Alphaville