BarueriCovid-19

Há um ano Barueri registrava o primeiro caso do novo coronavírus

O ano de 2020 chegou com uma triste surpresa para o mundo: o novo coronavírus. Os primeiros casos foram identificados na China e em pouco tempo o vírus se espalhou pelo planeta, dando origem a uma pandemia. O primeiro registro da doença no Brasil foi também o primeiro do Estado de São Paulo, confirmado em 26 de fevereiro. Desde então todas as cidades entraram em alerta.

Assim que as notícias do SARS-CoV-2 começaram a circular no mundo, Barueri já começou a providenciar medidas preventivas e iniciou um enorme plano de contenção, começando pela Secretaria de Saúde. Até que no dia 18 de março foi registrado o primeiro caso da doença na cidade. O primeiro óbito ocorreu poucos dias depois, em 20 de março.

Após o primeiro caso identificado, em apenas uma semana houve 13 novas notificações. “Quando você detecta o primeiro caso autóctone (natural do território onde vive) é evidente que já tem vários outros circulando por aí, portanto, há uma transmissão local importante”, explica a coordenadora da Vigilância em Saúde de Barueri, Rosana Ambrogini, sobre o alastramento da doença.

Rede de saúde forte
Foi nesse momento que a robusta infraestrutura de saúde de Barueri comprovou sua força. Ao contrário de muitas cidades brasileiras, o município não precisou criar hospitais de campanha e lançar mão de enormes investimentos de última hora. Transformou o Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran (HMB) em unidade de referência para covid, com centenas de leitos específicos para essas vítimas, tanto de UTI quanto de enfermaria, e converteu um de seus sete prontos-socorros, o Pronto Atendimento Vanderson César de Almeida, do Jardim Paulista, em um hospital de retaguarda exclusivo para internações de vítimas da Covid-19.


Além disso, durante os primeiros meses, as 18 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dedicaram-se exclusivamente ao atendimento de sintomáticos, cuja triagem representou um enorme alívio para os prontos-socorros da cidade. Esses, por sua vez, não deixaram a peteca cair em nenhum momento. Os atendimentos de urgência – tanto para pacientes de covid quanto de outras enfermidades – foram ininterruptos e incansáveis. E ainda são.

“Analisando todo esse contexto, podia ser muito pior, a verdade é essa. Todo o trabalho era exatamente para não ter o colapso do sistema de saúde frente ao número de pacientes que precisassem de leitos de internação e UTI. Houve momentos em que a ocupação ficou bem alta, mas o município conseguiu dar resposta a esses pacientes. Esse sistema todo, com todo esforço da prefeitura em abrir novos leitos e ampliar a assistência, foi super importante porque o município conseguiu absorver a maior parte da demanda, além de tomar todas as medidas sanitárias”, aponta a especialista.

Medidas protetivas e assistenciais
O município também não tardou em cancelar eventos e decretar quarentena, a partir de 22 de março, na tentativa de conter a disseminação do vírus e seguindo as recomendações do governo estadual.

A chefe da Vigilância ressalta a importância das medidas de isolamento que foram tomadas desde o início e explica que, sem elas, o quadro seria muito diferente. “Demora um pouco pra você sentir o efeito. Mas as medidas que foram tomadas surtiram algum efeito, não conseguiram debelar a transmissão, o que seria muito difícil, mas a gente não teve um colapso do sistema de saúde”, aponta.

Ações assistenciais ampliaram-se consideravelmente para socorrer as famílias mais afetadas pela crise trazida pela pandemia através da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Sads) e o Fundo Social de Solidariedade Estrela Guia. Com isso, uma bonita corrente de amor teve início, contabilizando inúmeras doações feitas por empresas, instituições, comerciantes e até mesmo pessoas físicas. Cestas básicas, máscaras e vários outros tipos de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), dentre outros, começaram a ser doados e ações isoladas de amparo e reconhecimento aos profissionais de saúde que atuam na linha de frente emocionaram a todos em diversos momentos.


Dos desafios destacados por Rosana ao longo desse período e dessa luta pela vida, a conscientização da população foi citada por ela com bastante veemência. “Mostrar pra população a importância das medidas sanitárias é um desafio diário até hoje. A gente precisa que a população abrace as medidas de controle, entenda o quanto ela é importante nisso, porque por mais que a gente faça ou fale, se cada indivíduo não adotar uma conduta responsável em relação a isso, fica mais difícil qualquer trabalho na saúde pública, e esse em especial, porque depende de cada um mesmo”, frisa.  

Não é hora de relaxar
A chegada da vacina trouxe um alento, mas os municípios dependem das ent. Um ano após o início da pandemia o Brasil se depara com uma segunda onda ainda mais agressiva. Consequência de uma série de falhas, e até pelo desconhecimento da doença, o país agora precisa lidar com os problemas deixados pela primeira onda e os novos desafios dessas variantes que começaram a surgir. Portanto, mais do que nunca é necessário manter o distanciamento social para conter o máximo possível a circulação do vírus, até porque em todo país o sistema de saúde está prestes a colapsar.

“Com o aumento da transmissão e com essas novas variantes as coisas voltam a acontecer. Tem a questão do relaxamento do distanciamento social, as pessoas passaram a fazer festas, apesar de todas as orientações, e somado a isso essas possíveis variantes que estão por aí e que podem apresentar uma característica de maior transmissibilidade”, diz Rosana, que completa: “a princípio se falava de uma doença respiratória e hoje já se assume que não é isso, ela pode comprometer diversos órgãos e aí depende do quadro de cada um”, especifica a especialista.

Quando questionada se é preciso temer a Covid-19, Rosana é categórica: “Precisa ter medo da Covid, não tenha dúvidas!”. E completa: “se eu não tiver medo por mim, porque estou vacinado ou porque acho que sou jovem e não vou ter grandes problemas, tenha medo por quem você ama. Ter medo e ter uma atitude responsável é fundamental pra não deixar agravar mais ainda a transmissão, o número de casos, a ocupação de leitos de UTI e enfermaria. A atitude individual é fundamental: uso de álcool em gel, lavagem das mãos, distanciamento, sem aglomeração. Isso é em respeito a toda sociedade. a quem eu amo e a mim mesmo”, finaliza.

Fonte: Portal Barueri

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