Coronavírus hoje: Brasil tem queda de 7% na média de mortes e Argentina pode decretar novo confinamento
Coronavírus hoje: Brasil tem queda de 7% na média de mortes e Argentina pode decretar novo confinamento
O Brasil registrou 1.186 mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total de óbitos provocados pela doença para 197.777, segundo levantamento de ontem feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde do país.
A média móvel de novas mortes no Brasil na última semana foi de 723 por dia, um recuo de 7% em relação aos dados registrados em 14 dias. De acordo com o balanço de ontem, fechado às 20h, foram registrados 57.447 novos casos de covid-19 de ontem para hoje, chegando ao total de 7.817.007 de infectados no país.
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Os dados divulgados pelo consórcio de imprensa foram obtidos após uma parceria inédita entre G1, “O Globo”, “Extra”, “O Estado de S. Paulo”, “Folha de S.Paulo” e UOL, que passaram a trabalhar de forma colaborativa desde o dia 8 de junho para reunir as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal.
Mourão
Diagnosticado com covid-19, o vice-presidente Hamilton Mourão “passa bem”, de acordo com comunicado divulgado por sua assessoria de imprensa ontem. O texto afirma que Mourão está realizando exercícios respiratórios e que apresentou “resultados normais” de exames, mas sem especificar quais exames foram feitos.
“De acordo com a recomendação médica, realizou exames previstos no protocolo de tratamento da covid-19, apresentando resultados normais. Segue com programa de exercícios respiratórios, orientados por uma fisioterapeuta, conforme está previsto nesta fase de recuperação”, diz o comunicado.
Ao “Globo”, o vice-presidente disse estar bem. “Quase zerado.” Mourão foi diagnosticado com covid-19 em 27 de dezembro e desde então permanece no Palácio do Jaburu. A assessoria de imprensa da Vice-Presidência afirmou que ele “em breve, retornará às atividades normais”, mas não deu uma data.
Plano de vacinação
O presidente Jair Bolsonaro reuniu-se ontem com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para tratar do plano de vacinação contra o coronavírus. Dentre os temas tratados, está a importação de 2 milhões de doses da vacina produzida da Oxford/AstraZeneca produzida em um laboratório indiano.
Segundo nota divulgada pelo Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello “fez uma atualização dos cenários detalhados a respeito do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19, incluindo informações sobre aquisição de seringas, agulhas e vacinas”.
“Foi apresentado ao Presidente o status das tratativas com os diversos laboratórios produtores de vacina. O chefe do Executivo foi informado sobre a importação de 2 milhões de doses de vacina da AstraZeneca oriundas da Índia”, informou a pasta.
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que há pressão pelo início da vacinação contra a covid-19 no país “porque vende”. A afirmação, feita a apoiadores no Palácio da Alvorada, ocorreu pouco mais de uma semana depois de Bolsonaro afirmar que fabricantes de vacina é que devem procurar o Brasil, não o contrário, em meio a críticas sobre a demora do governo em divulgar um calendário de imunização.
Na conversa com os fãs, Bolsonaro fez uma referência aos primeiros lotes de vacinas recebidos em fins de dezembro por países europeus, com 10 mil unidades, para dizer que a quantidade “não é nada”.
“Um fabricante vendeu 10 mil vacinas para vinte e poucos países. Então eles estão vacinando, mas não estão vacinando seu povo como um todo. Quer dizer, 10 mil vacinas para um país não é nada”, disse.
Índios de Manaus
A Secretaria Especial da Saúde Indígena do Ministério da Saúde editou portaria para monitorar os impactos da covid-19 na população indígena do município de Manaus. O comitê atuará no âmbito do Distrito Sanitário Especial Indígena da capital amazonense.
Ele tem por objetivo o planejamento, a coordenação, execução, supervisão e o monitoramento dos impactos da doença na saúde da população indígena da região. A portaria está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (6).
O comitê será comandado pelo Coordenador Distrital de Saúde Indígena, que poderá convocar órgãos e entidades participativas na atenção a saúde indígena e convidar representantes de instituições ou entidades, públicas ou privadas para participarem das reuniões do comitê.
Vacina da Fiocruz
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou ontem, em comunicado, que as negociações para importação de dois milhões de doses de vacina contra covid-19 com o Instituto Serum, da Índia, “seguem normalmente e estão em estágio avançado”. O instituto é um dos centros capacitados pela farmacêutica AstraZeneca para produzir o medicamento.
No comunicado, a organização informa que o mesmo tema da negociação foi abordado em nota divulgada hoje pelos Ministérios da Saúde e das Relações Exteriores. Na nota conjunta dos ministérios, é informada como “provável data de entrega em meados de janeiro” o carregamento de doses importadas de vacina.
Vacina da Moderna
A Moderna anunciou que ampliou em 100 milhões de doses sua previsão de produção de vacinas contra covid-19 para 2021, segundo a agência de notícias Dow Jones. Com isso, a companhia deve produzir pelo menos 600 milhões de doses até o final do ano.
A farmacêutica inglesa afirma ainda que está expandindo suas operações com o objetivo de chegar a 1 bilhão de doses em 2021. De acordo com o chefe de operações técnicas da Moderna, Juan Andres, as estimativas de aumento de produção indicam que “a produção de vacinas de mRNA é um sucesso”.
A Jefferies & Co. estima que os imunizantes contra a covid-19 devem gerar pelo menos US$ 11 bilhões em vendas à companhia.
A vacina da Moderna foi autorizada para uso nos Estados Unidos pela agência reguladora do país (FDA, na sigla em inglês) no último mês, após a aprovação do imunizante da Pfizer em parceria com a BioNTech.
Até o momento o governo americano recebeu 18 milhões de doses da vacina da Moderna, sendo que o país encomendou 200 milhões de unidades. A expectativa é que até o final de março estejam disponíveis mais 100 milhões de doses no país.
Argentina
As províncias de La Pampa e Chaco, na Argentina, anunciaram ontem que adotarão um toque de recolher noturno para reverter um crescimento exponencial de casos de covid-19.
O governo de Pampa informou que os moradores da região não poderão sair de casa entre 1h e 6h30 até o dia 18 de janeiro. Restaurantes terão que fechar no máximo às 0h30. Encontros sociais continuarão proibidos.
Já na província de Chaco, as novas entrarão em vigor amanhã e valerão até o 21 de janeiro. Na região, os moradores não poderão circular pelas ruas entre 0h e 6h, exceto por motivos de saúde, segurança, trabalho ou se tiverem uma autorização especial do governo local.
O presidente do país, Alberto Fernández, disse na segunda-feira que não descarta decretar um novo confinamento nacional para conter o avanço da doença e que avalia novas medidas para reforçar a luta contra o vírus.
Uma das restrições estudadas por Fernández é adotar um toque de recolher na região metropolitana de Buenos Aires, medida que foi hoje descartada pelo governador da província, Axel Kicillof, após uma reunião com prefeitos de cidades turísticas da região.
Japão
O estado de emergência previsto para ser declarado na próxima quinta-feira para Tóquio e áreas vizinhas deve durar algum tempo com base nos critérios do governo japonês para encerrar seu decreto, segundo o jornal Nikkei.
A emergência planejada cobrindo Tóquio e as prefeituras de Kanagawa, Saitama e Chiba será suspensa em qualquer área conforme seu surto de covid-19 cair abaixo do nível mais grave na escala de quatro estágios do Japão. Essa escala é baseada em seis indicadores, incluindo capacidade de leitos hospitalares, taxas de positividade de testes e casos sem rota rastreável de transmissão.
“Naturalmente, consideraremos levantá-lo assim que vários benchmarks caírem para o Estágio 3”, disse Yasutoshi Nishimura, o ministro encarregado da resposta ao vírus no Japão, a repórteres na terça-feira.
O Japão espera que o decreto, que ajudará as autoridades locais a restringir a atividade econômica e social, dure cerca de um mês. Mas colocar o surto sob controle suficiente pode levar mais tempo em Tóquio, onde novos casos dispararam.
O parâmetro mais importante para o governo são os casos semanais por 100 mil pessoas – um número que o público pode compreender intuitivamente. Um indicador semelhante desempenhou um papel fundamental nas decisões sobre o fim do estado de emergência no Japão na primavera passada.
Taiwan, Cingapura e Vietnã
No mês passado, Taiwan viu seu primeiro caso local de covid-19 em aproximadamente oito meses, elevando o total de transmissões locais para 56, segundo o jornal Nikkei.
Os números significativamente mais baixo do que os países e regiões vizinhos são o resultado da aplicação estrita da quarentena obrigatória de 14 dias para viajantes do exterior.
Um trabalhador migrante filipino em Taiwan foi multado em 100 mil novos dólares de Taiwan (US$ 3.577) no ano passado por sair de seu quarto de hotel por oito segundos. O incidente de novembro foi capturado por uma câmera de vigilância e recebeu ampla cobertura da mídia taiwanesa.
Enquanto o mundo luta contra o aumento de casos de covid-19, Taiwan, junto com Vietnã e Cingapura, conseguiu limitar a transmissão local a quase zero.
O trio asiático oferece raras histórias de sucesso em conter a transmissão local usando testes rigorosos e isolamento.
Fonte: Valor Investe