Covid-19

Média diária de mortes por Covid-19 no estado de SP salta de 45 para 88 após notificação de óbitos represados

Balanço desta sexta-feira (12) trouxe 414 mortes a mais do que o total da véspera. Governo estadual diz que motivo é represamento de notificações nos últimos dias, e que maior parte dos óbitos novos ocorreram em semanas anteriores. 

A média móvel de mortes confirmadas por Covid-19 no estado de São Paulo atingiu nesta sexta-feira (12) o patamar mais ato em um mês: 88 mortes por dia, na média da última semana.

O balanço diário do governo estadual trouxe 414 novos registros de óbitos. Nos quatro dias anteriores, o estado confirmou menos de dez mortes novas a cada dia, o que havia feito a média móvel cair para 45, menor valor desde abril de 2020.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES-SP), só 97, dos 414 óbitos incluídos nesta sexta, ocorreram nesta semana mesmo. A pasta argumenta que as outras 317 mortes ocorreram em semanas anteriores.

No entanto, o critério padrão utilizado pela secretaria estadual não é o de quando ocorreu a morte, mas de quando ela foi registrada. Por esse critério, todas as 414 mortes registradas nesta sexta seriam incluídas nos dados desta semana.

Governo paulista culpa sistema federal 

Em nota à TV Globo, a SES-SP afirmou, às 17h30, que “os dados desta sexta-feira trazem um acumulado de diversas semanas epidemiológicas, que após as mudanças da API do sistema Sivep-gripe do Ministério da Saúde (MS) tinham ficado represados no sistema federal”. 

Disse ainda que “questionou o MS nestes últimos dias se havia alguma instabilidade ou anormalidade quanto a extração dos números, e foi informada que haveria uma atualização”. 

De acordo com a assessoria de imprensa, a atualização foi feita e permitiu que o balanço desta sexta trouxesse os dados que haviam ficado represados. 

TV Globo questionou o Ministério da Saúde, que afirmou que “o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) não ficou fora do ar, mas apresentou pontuais instabilidades que vêm sendo solucionadas diariamente. Sistemas de informação desse tipo necessitam de alterações e/ou correções rotineiras, conforme as necessidades de respostas da vigilância”. https://d09a39969850ab31ddd1256f90fdf029.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html?n=0

Data de notificação x data de ocorrência 

As estatísticas oficiais de casos e mortes por Covid-19 no Brasil são feitas com base na data de notificação dos eventos. Isso ocorre porque a inclusão de novos óbitos pela doença no sistema de registros não é feita em tempo real, e o intervalo entre a ocorrência da morte de um paciente com a doença e a atualização do caso no Sivep-Gripe pode levar dias ou até semanas, dependendo da capacidade do sistema hospitalar e das equipes de vigilância dos municípios brasileiros. 

Isso faz com que o balanço diário de mortes possa incluir tanto mortes que tenham ocorrido nas últimas 24 horas quanto outras que ocorreram um, dois, três ou até mesmo semanas antes. 

Mas, ao mesmo tempo, especialistas explicam que, assim como as notificações de hoje incluem mortes ocorridas no passado, também as notificações de amanhã e depois podem incluir mortes que ocorreram hoje, mas ainda não foram oficialmente confirmadas.

Por isso, não é possível apenas descartar da conta os óbitos “antigos” notificados só agora, e ao mesmo tempo considerar que não existem óbitos “atuais” que só serão notificados no futuro.

Para efeitos de gestão hospitalar, especialistas aplicam técnicas como o chamado “nowcasting”, que usa os dados diários dos sistemas de registro para estimar a quantidade de pessoas ficando doentes hoje, com graus maiores ou menores de incerteza. Com isso, é possível planejar ações de contenção do contágio ou de expansão de leitos para atender às demandas da população de forma mais eficiente.

Fonte: G1

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