Dear Elizabeth:
Antes de seguir a luz, saia andando a pé pelas ruas de Londres. Vá conhecer a cidade, que deve ser divina. Vá tomar sol no gramado do Hyde Park, pare na Speaker’s Corner, vá a Nothing HIll, passeie e veja as pessoas comendo fish and chips na rua.
Vá passear na roda gigante, ande às margens do Tâmisa.
Faça o que você nunca fez.
Vá a algum mercado, a alguma loja, sente-se num café, vá a alguma feira de antiguidades.
Viaje por pequenas cidades desse mundo, e caminhe nas mais estreitas e pitorescas ruas, sinta os cheiros, prove comidas, pães e doces das inúmeras padarias e patisseries desta Terra.
Ande pelas ruas e avenidas carregando uma reles sacolinha com alguma bobagem turística, caminhe de sandálias, com um vestido leve e solto.
Ah, Elizabeth.
Finalmente sua liberdade.
Teve tanto, e nao viveu quase nada. Não experimentou.
Não se arriscou. Teve tão poucos gostos e prazeres. Apesar de poder pagar pelo mais caro jantar.
Troque seu chá por uma coca cola a beira mar. Ou uma água de côco. Tome um sorvete de palito. Ou até de casquinha, mas segurando com as mãos, e sem luvas.
Saia sem chapéu. E livre-se da eterna bolsa.
Experimente comer num fast-food. Ou tomar seu gin, num pub bem barulhento e animado.
Elizabeth, Elizabeth.
Menina tão contida, tão polida, tão limitada. Título maior, com tão poucos poderes. Em nome do adorno que carregaste sobre a cabeça com tanta glória e por tanto tempo, frustrou-se, frustrou a família, tudo em nome da coroa.
Vai Elizabeth.
E aproveita bastante, que agora esse peso não fere mais sua cabeça.
96 anos de prisão.
Seja livre, Elizabeth.
E God, por favor, save The Queen.
Colaboração: Profª Ana Lúcia Aguiar Silva