É morrendo que se vive
Todo mundo quer ir para o céu, para o paraíso…
Mas ninguém quer morrer para poder nascer lá…
Como diz São Francisco de Assis:
É morrendo que se vive para a vida eterna.
Mas esse morrer não se trata de morrer materialmente, descartar o corpo físico.
Essa é a morte do ego, da personalidade, das verdades humanas, dos desejos, da sede de vida, das paixões, das preocupações, de se fazer a vida humana a base de nossa vida.
É morrendo que se renasce… Quem não quer morrer, tampouco poderá renascer no paraíso.
O paraíso só pode vir depois da morte do ego, da morte do apego, da morte das crenças, regras e da morte dos sonhos humanos.
Como viver a realidade se não paramos de sonhar com as esperanças do mundo?
O que são os sonhos e as esperanças do mundo senão ilusões dentro de ilusões onde mergulhamos mais e mais num sono profundo que embota nossa alma?
Para que desejar conquistas mundanas se a alma já possui todas as coisas?
O que pode o espírito perder, se ele é eterno e infinito?
Por que chorar a morte de pessoas, se a morte nos ajuda a nascer num outro nível de realidade?
Para que se preocupar com a ilusória estabilidade do mundo se essa estabilidade nos aprisiona e nos limita?
Quando perdemos a estabilidade e a suposta segurança fincada nos pilares do mundo… abrimos nossa vida para o espiritual, que é imortal e eternamente feliz.
Por que se preocupar com a perda… se toda perda é sempre um ganho em outro nível?
Por que se preocupar com a morte, se é morrendo que se vive para a vida eterna?
Preferimos a vida passageira do que a vida eterna?
Preferimos as dores do mundo em detrimento da harmonia celeste dos planos universais?
Não tema a morte… menos ainda a morte do ego. Ela é um portal para a renovação da vida, para a eternidade da vida e da felicidade infinita.
Não tente evitar a morte do mundo, pois quando o mundo morre, o espírito renasce.
(Hugo Lapa)