Crivella deve deixar presídio de Benfica ainda hoje
Após ter a prisão preventiva revogada, na noite de ontem (22), Marcelo Crivella deve deixar ainda hoje o presídio de Benfica para cumprir prisão domiciliar, com o uso de uma tornozeleira eletrônica. A decisão partiu do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, ainda na noite de terça, mencionando que Crivella faz parte do grupo de risco da Covid-19, por ter mais de 60 anos.
Ainda que esteja em casa, Crivella seguirá afastado de suas funções, que estarão sendo executadas pelo prefeito em exercício e presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe, até o dia 31 de dezembro, quando acaba o mandato. Crivella também terá restrições, como a proibição de contato com terceiros, além de ter que entregar seus telefones, computadores e tablets para as autoridades. O prefeito afastado também não poderá deixar sua residência sem autorização e está proibido de usar telefones.
Operação Hades
Marcelo Crivella foi preso na manhã de quarta-feira na casa onde mora, localizada em um condomínio de luxo da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, durante ação da Operação Hades, idealizada pela Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Também foram presos o empresário Rafael Alves, o delegado aposentado Fernando Moraes, o ex-tesoureiro da campanha de Crivella, Mauro Macedo, os também empresários Adenor Gonçalves dos Santos e Cristiano Stockler Campos.
De acordo com as investigações o grupo formava uma organização criminosa que trabalhava em um suposto ‘QG da Propina’ dentro da própria prefeitura, fechando contratos ilícios e cobrando propinas de empresários. Conforme levantamento do Ministério Público, mais de R$ 50 milhões foram arrecadados pelo grupo.
Prisão preventiva
Após audiência de custódia, na tarde de ontem, Crivella chegou a dar entrada no sistema prisional, mas horas depois acabou sendo beneficiado com a decisão do STJ. As medidas cautelares são válidas até que o ministro Antônio Saldanha Palheiro, relator do habeas corpus impetrado pela defesa de Crivella, analise o mérito do pedido, algo que deve acontecer somente após o recesso de fim de ano.
O presidente do STJ afirmou que a decisão da desembargadora Rosa Helena Guita, do Primeiro Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, fundamenta a necessidade de restringir a liberdade do prefeito afastado. Porém, não justificava a prisão preventiva.
Além disso, em sua decisão, o ministro mencionou que Marcelo Crivella, com 63 anos de idade, integra o grupo de risco da covid-19 e que esse seria mais um motivo para que a prisão preventiva fosse substituída pelo regime domiciliar. A defesa de Marcelo Crivella disse no pedido de habeas corpus que prisão era ilegal e uma clara demonstração de criminalização da política.
Fonte: O Fluminense