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Filha de cafeicultores e aluna de escola pública, adolescente ganha bolsa integral para fazer curso superior: ‘Não acreditei’

Paula Eduarda de Lima tem 16 anos e é moradora da área rural do município de Jaboti. Dados do IBGE mostram que 16% da população no Paraná têm ensino superior completo.

Além do curso superior de Ciências de Dados e Inteligência Artificial, a instituição fornecerá também um auxílio financeiro mensal e moradia no Rio de Janeiro. 

“Por um momento, não acreditei que tinha passado. Foi uma surpresa e uma alegria imensa quando tive certeza. Perceber algo que antes era tão distante da realidade se tornando possível, é fantástico”, diz a jovem.

A estudante é filha de cafeicultores, mora na área rural do município de Jaboti, e foi aluna da rede estadual de ensino desde a infância. 

Agora, Paula conquista uma oportunidade que ainda é restrita no Paraná. Conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 16% da população do estado concluíram uma universidade. 

Incentivos fizeram a diferença

Segundo Paula, o incentivo dos pais e de professores foi fundamental para que ela pudesse se desenvolver e se dedicar aos estudos. 

“Eu sempre gostei de estudar, de aprender e de entender como as coisas funcionam. Então, ao longo da minha trajetória escolar, cada evolução e resultado positivo sempre me motivava para buscar mais e melhorar sempre”, afirma.

Segundo Paula, o apoio e incentivo da família foi fundamental — Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Paula, o apoio e incentivo da família foi fundamental — Foto: Arquivo Pessoal 

Segundo Fernanda Siqueira, diretora do Colégio Estadual Júlia Wanderley, onde a jovem estudou desde o sexto ano, a aluna se destacou como uma das mais inteligentes e dedicadas que passaram pela instituição. 

“Com certeza ela será incentivo para outros alunos, pois todos puderam ver o resultado da dedicação e esforço desta aluna brilhante”, afirma a diretora.

Jovem irá estudar na Fundação Getúlio Vargas — Foto: Reprodução/ TV Globo 

A jovem conta que tem afinidade com a área das ciências exatas, o que a motivou na hora de escolher o curso. 

Porém, o exemplo de Paula é exceção no cenário educacional do Paraná. Em 2021, apenas 6% dos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio na rede estadual de ensino tiveram aprendizado considerado adequado em matemática. 

A análise foi realizada pela plataforma de educação QEdu, a partir de dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Em relação à educação superior, cerca de 16% da população no Paraná têm ensino superior completo, segundo dados de 2019 do IBGE. 

No mesmo ano, dos estudantes matriculados em instituições de ensino superior no Brasil, 6,5% estavam no Paraná, conforme a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp). 

Em 2021 apenas 6% dos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio na rede estadual de ensino tiveram aprendizado considerado adequado em matemática — Foto: Reprodução/RPC

Em 2021 apenas 6% dos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio na rede estadual de ensino tiveram aprendizado considerado adequado em matemática — Foto: Reprodução/RPC 

Conforme a diretora da escola onde Paula estudou, a jovem se destacou também nas competições interescolares. 

Por dois anos seguidos a aluna levou a medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e participou da pré-seleção da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA). 

Ela também recebeu menção honrosa na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) de 2017, 2018 e 2019. 

Além disso, a jovem ganhou a medalha de prata na OBMEP em 2021, ficou em segundo lugar no Concurso Redação Paraná Nota 10 – Agrinho e recebeu a medalha Futuro Cientista na Olimpíada Brasileira de Bioteconlogia (OBBiotec). 

“No ensino fundamental eu estudava bastante fora da escola para as olimpíadas extracurriculares, mas também aprendia muito por meio de vídeos e documentários, sem necessariamente estar estudando conteúdos específicos”, explica a estudante.

De acordo com Paula, a estratégia mudou no Ensino Médio, quando passou a dedicar todo o o tempo livre que tinha para a preparação para as provas e vestibulares. 

“Foi um período de muita dedicação e evolução”, lembra. 

Para os estudantes que ainda estão se preparando, a jovem deixa uma dica. 

“Tente levar o aprendizado e o estudo de forma que não seja um castigo. Procure diferentes formas de aprender e a que você mais se adapta”, afirma.

Fonte: G1

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