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MASP EXIBE ARTE INDÍGENA EM DUAS EXPOSIÇÕES SIMULTÂNEAS ATÉ JUNHO

Exposições no Museu de Arte de São Paulo.

O Museu de Arte de São Paulo (Masp) está com duas exposições de arte indígena em cartaz até junho.

“MAHKU: Mirações” é uma delas. Composta por 120 peças de membros do Movimento dos Artistas Huni Kuin — etnia indígena do Acre —, a mostra exibe pinturas, desenhos e cerâmicas que despertam emoções no público.

O curador Guilherme Giufrida explica que muita das obras nascem de rituais com a ayahuasca: “é uma prática muito ancestral, muito basilar da sociedade Huni Kuin. Ali ela tem um sentido ritual muito forte. Essas imagens, essas cores, que eles vêm durante o ritual, são depois transpostas para o papel e para as telas e também, no caso aqui, para a pintura mural”.

Além das obras à mostra no pavilhão de exposições, os artistas propuseram uma intervenção na passarela de acesso do Masp.

O tradicional vermelho deu lugar a novas cores. “Eu sempre vim aqui e vi a rampa vermelha. Ela é parte importante da arquitetura do museu, mas eu achei sensacional terem permitido que eles pintassem. Deve ter sido incrível a experiência de quem estava presente aqui e viu os artistas indígenas pintando. O colorido é lindo, a exposição é linda e é muito legal a gente ver que é um coletivo”, relatou a professora de História da Arte Vera Maria Pereira Hermano.

Subindo a rampa, a atração é a primeira exposição monográfica da artista Carmézia Emiliano. Um feito raro para artistas autodidatas.

“Aqui você vê os diferentes temas com os quais Carmézia Emiliano trabalha. É diferente de ver um trabalho só dela e ver uma espécie de fotografia de um momento específico. Aqui você pode ver uma série, e questões que ela abordou em diferentes momentos da carreira dela também”, explica a curadora Amanda Carneiro.

A responsável pela exposição diz que, em geral, artistas indígenas, chamados de artistas autodidatas ou artistas populares, costumam ser reunidos em exposições coletivas, sendo difícil apreciar de forma aprofundada o trabalho de um único autor.

“Aqui você só está vendo o trabalho da Carmézia Emiliano. Isso permite, a quem observa, comparar os trabalhos entre si e não comparar com outro artista. Isso é bem importante porque, em geral, artistas europeus, artistas canonizados pela História da Arte, sempre tiveram essa possibilidade, de serem vistos por si mesmos, na sua produção, de maneira individual. Algo que aconteceu muito pouco com artistas indígenas”, disse a curadora.

Museu de Arte de São Paulo

  • Exposição “MAHKU: Mirações” — até 4 de junho
  • Exposição “Carmézia Emiliano: A Árvore da Vida” — até 11 de junho
  • Quando: às terças, das 10h às 20h, e de quarta a domingo, das 10h às 18h
  • Onde: Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Av. Paulista, 1.578
  • Quanto: gratuito às terças-feiras; de quarta a domingo, a partir de R$ 30
  • Mais informações: masp.org.br/

Fonte: JACidade

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