Na esteira da maior alta de juro real no país, Acib diz que cenário é abusivo
Taxa Selic alcança 13,25% ao ano, este é o 11º aumento consecutivo
O Brasil tem o maior juro real do mundo, conforme ranking da gestora Infnity Asset. O estudo leva em consideração a alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, anunciada na quarta-feira (15) pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.
Com o novo aumento, o 11º consecutivo, a Selic alcança 13,25% ao ano. A taxa de juros real é calculada com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses, sendo considerada uma medida melhor para comparação com outros países.
O anúncio foi recebido com críticas pelo setor produtivo. Para entidades da indústria, a decisão é equivocada e prejudicará a recuperação da economia. Na avaliação do presidente da Associação Comercial e Industrial de Barueri (Acib), Moacyr Felix, os juros no país são abusivos. “Tem que haver alternativas do Governo Federal, nas quais o Brasil invista em seus empresários e os tire das garras do sistema bancário”, falou.
O que dizem as entidades da indústria
Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que “este aumento adicional da taxa de juros no momento é desnecessário para o controle da inflação e trará custos adicionais à economia, como queda do consumo, da produção e do emprego”. A Confederação também destacou que os preços internacionais de bens agrícolas e da energia mostram estabilidade, após a incorporação do choque provocado pelo conflito na Ucrânia.
Já a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) considera que a Selic não pode ser o único instrumento para contornar o quadro generalizado de aumento de preços que assola a economia brasileira. “A pandemia da covid-19 e posteriormente a guerra na Ucrânia evidenciaram problemas estruturais no mundo todo. O setor produtivo brasileiro ainda convive com os efeitos da alta dos custos de produção e a população sofre com a deterioração da renda”.
Fonte: Folha de Alphaville