CARROS HÍBRIDOS E ELÉTRICOS: QUAL É A DIFERENÇA ENTRE OS DOIS?
Se a nossa sociedade passa por constantes mudanças dia após dia, com os automóveis não poderia ser diferente. Em busca de veículos mais eficientes e menos nocivos à natureza, surgiram os carros híbridos e elétricos. Mas afinal, você sabe quais são as diferenças entre eles?
Ao longo deste texto, vamos apresentar as principais diferenças entre os carros híbridos e os elétricos, além de suas vantagens e desvantagens. Você vai conhecer também alguns modelos disponíveis no Brasil e entender por que eles ainda não são muito populares em nosso país. Vamos lá?
O que é um carro híbrido?
Por serem relativamente novos e parecidos em alguns aspectos, muitas pessoas confundem os carros híbridos e elétricos. Vamos falar agora sobre os modelos híbridos. Eles têm dois motores — elétrico e a combustão. Os dois trabalham em conjunto e a forma como são utilizados classifica-os em três tipos:
- híbrido-paralelo;
- híbrido-série;
- híbrido-misto.
Os híbridos-paralelos usam o motor elétrico para auxiliar o modelo à combustão. Já nas versões série, acontece o contrário: o motor a explosão funciona como um gerador que carrega as baterias do automóvel, que, por sua vez, alimentam o propulsor movido à eletricidade.
Nos híbridos-mistos, os dois motores movimentam o veículo. Em baixas velocidades, o responsável por isso é o motor elétrico. A versão a combustão gera energia para recarregar as baterias junto com o sistema de frenagem. Quando a velocidade aumenta, o propulsor a explosão assume.
E o carro elétrico?
Veículos totalmente elétricos utilizam motores alimentados por baterias recarregáveis. O único combustível responsável por fazer o automóvel se movimentar é a eletricidade.
Nos Estados Unidos, um comparativo feito entre os gastos com um carro elétrico e um com motor a gasolina mostraram que, ao menos por lá, pode ser bem mais econômico andar com um veículo a eletricidade pelas estradas. O teste foi feito percorrendo uma distância de 100 quilômetros.
No carro movido a gasolina, o gasto com combustível foi calculado em R$10,50, com uma emissão de 18,2 gramas de CO2 durante o percurso de 100km. Já o elétrico movido a hidrogênio gastou R$7,30 no mesmo trajeto, sem emissão de gases poluentes.
Olhando assim, fica evidente que o carro elétrico tem grandes vantagens. Porém, é preciso considerar outras questões antes de uma decisão final sobre o assunto. No teste feito nos EUA, o preço do hidrogênio custa quase o dobro do valor da gasolina — bem como rende duas vezes mais (por isso o consumo menor).
Por outro lado, a produção do hidrogênio no país é feita a partir de um processo que usa a queima de carvão. Com isso, acaba sendo mais poluente do que a gasolina, fazendo com que o impacto ambiental promova um efeito contrário ao que se espera do produto, que tem como conceito a sustentabilidade.
Quais as vantagens e desvantagens entre eles?
Na comparação acima, mencionamos a diferença entre o motor do carro a gasolina e o elétrico. Agora, vamos falar sobre os modelos híbrido e elétrico.
Quais os benefícios e desvantagens dos carros híbridos?
Por usar um motor a combustão como auxiliar na carga das baterias e aproveitar a energia gerada durante as frenagens, veículos híbridos não precisam de recarga — com exceção de alguns modelos. Além disso, ele tem manutenção semelhante a de um carro normal.
Se você dirigir um desses, também vai perceber que o modelo tem desempenho melhor nos congestionamentos. Isso porque ele permite a condução somente com o motor elétrico e, durante as frenagens, as baterias são recarregadas.
Essa é uma das razões para que o carro híbrido tenha mais autonomia na cidade do que na estrada. Outro motivo é que os motores elétricos funcionam quase todo o tempo quando você está trafegando em baixa velocidade.
Embora a emissão de poluentes gerados pelos carros híbridos seja menor em relação aos modelos convencionais, ela existe.
E do veículo elétrico?
A primeira vantagem para quem procura um veículo elétrico é ter em mãos um modelo sustentável, que agrida menos a natureza em sua condução. Porém, há outros benefícios que o acompanham, como o fato de ter um motor muito silencioso.
Assim, além de não emitir gases poluentes, há uma grande redução nos níveis da chamada poluição sonora no trânsito. Nada mal, no momento em que vivemos, poder apostar em uma alternativa que ajuda a manter os recursos naturais intactos, não é mesmo?
Por outro lado, nem tudo são flores nesse modelo de veículo, infelizmente — ainda mais quando tratamos da nossa realidade no Brasil. Isso acontece porque os investimentos necessários para que o país ofereça uma infraestrutura adequada para os proprietários de carros elétricos ainda está muito aquém do que seria preciso para a sua popularização.
Outra desvantagem é o tempo de recarga: você deve deixar o veículo parado para “abastecimento” por um longo período, que pode durar de 6 a 12 horas. Somando isso à sua baixa autonomia, pode ser um grande problema para os proprietários.
Antes de escolher um carro elétrico, é preciso considerar que ele só vai se movimentar se tiver energia. E nosso país passa constantemente por crises de fornecimento desse insumo, o que afeta diretamente o seu uso.
Por fim, é preciso lembrar que eles têm baterias que um dia terão de ser descartadas — e se isso for feito de forma errada, elas vão trazer prejuízos ao meio ambiente.
Custo elevado e falta de incentivos
O híbrido mais barato comercializado hoje no Brasil custa em torno de R$126 mil, enquanto a versão elétrica mais em conta sai por cerca de R$160 mil. Isso ocorre, principalmente, por serem automóveis importados e por não existir uma política de incentivos para a redução desses preços.
Muito se discute sobre esses incentivos, mas, de fato, nada satisfatório foi feito até agora. Com o novo regime automotivo — falaremos sobre ele mais para frente —, espera-se que o preço desses automóveis venha a cair.
Até o momento, modelos totalmente elétricos e com autonomia mínima de 80 quilômetros não pagam imposto sobre importação. Enquanto isso, híbridos são taxados em até 7%.
Desconhecimento sobre manutenção e desvalorização
Outro problema está no desconhecimento sobre a manutenção desses veículos. Muitos acham que ela pode ser muito cara. Porém, isso nem sempre é verdade. Quando comparados os custos das revisões e manutenções preventivas do Ford Fusion convencional e do híbrido, a versão mais moderna leva vantagem.
A desvalorização desses automóveis é um fator negativo também. Uma pesquisa feita pelo jornal britânico The Telegraph indicou que a maioria desses veículos perde mais valor de mercado quando comparados às versões com motor a combustão.
Que modelos estão disponíveis no Brasil?
Apesar de não existirem veículos híbridos ou elétricos fabricados no Brasil, eles não deixam de ser vendidos por aqui. As informações sobre valor de compra foram extraídas da edição 709 da Revista Quatro Rodas, publicada em junho de 2018.
Toyota Prius
Esse é o veículo híbrido mais em conta vendido no Brasil. Seu preço fica em torno de R$126 mil na versão 1.8 VVT-I. Em velocidades inferiores a 50 km/h, o motor elétrico é quem impulsiona o veículo. Acima disso, ambos os motores são usados. Seu consumo declarado pelo Inmetro é de 18,9 km/l em ambiente urbano, mas, na prática, ele chega a 30 km/l, o que o torna o carro mais econômico do país. Boas notícias, não é mesmo?
Lexus CT200h
O híbrido CT200h é considerado o modelo mais sofisticado do Toyota Prius — a Lexus é a divisão de luxo da fabricante japonesa. Seu consumo declarado em ambiente urbano é de 15,7 km/l e ele vai de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos. Seu custo é de aproximadamente R$136 mil.
BMW I8
Não pense que híbridos são carros lentos e sem graça. Custando cerca de R$800 mil, esse superesportivo vai de 0 a 100 km/h em apenas 4,4 segundos e chega à velocidade máxima de 250 km/h. Com uma potência combinada de 365 cavalos, seu consumo em ambiente urbano supera os 24 km/l, uma marca incrível para um veículo desse nível.
Porsche Panamera Hybrid
Custando menos que o BMW I8 — por volta dos R$529 mil —, o Porsche Panamera é um carro esportivo que deixa muitos “beberrões” comendo poeira. Trazendo uma potência combinada de 462 cavalos, esse híbrido faz de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos. Uma curiosidade sobre esse veículo é que até 140 km/h somente o motor elétrico é usado. Por isso, seu consumo pode chegar até 26 km/l.
BMW I3
Esse é o único modelo totalmente elétrico vendido no Brasil. A versão mais básica sai por aproximadamente R$160 mil. Ele tem uma autonomia de 300 km — o que equivale a cerca de 60 km/l — e vem equipado com um motor de 170 cavalos, indo de 0 a 100 km/h em 7,25 segundos.
Essa lista tem grandes chances de aumentar nos próximos anos. Isso porque o governo brasileiro assinou o Rota 2030, nome dado à Medida Provisória que institui novas regras para o setor automobilístico e permite incentivos fiscais para as montadoras que trouxerem carros híbridos ao Brasil.
Alguns exemplos de veículos que podem completar a frota de carros nesses modelos são o Nissan Leaf e o Chevrolet Bolt, ambos 100% elétricos. A vantagem deles é que são vendidos em outros países, há anos, com preços mais acessíveis. O que se espera é que o mesmo ocorra por aqui.
Mesmo não sendo muito populares no Brasil, a partir de uma política de incentivos adequada e a queda nos preços, os carros híbridos e elétricos vão, aos poucos, começar a circular com mais frequência pelas ruas de nosso país. Afinal, eles são considerados o futuro dos automóveis.
Gostou de conhecer um pouco mais sobre o que é um carro híbrido e a diferença dele para o elétrico? Deixe um comentário em nosso post e conte o que você acha que é preciso para que esse tipo de veículo passe a ser mais valorizado em terras brasileiras!
Fonte: Jacidade