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“O problema não está nos nossos corpos, o problema está na sociedade”, diz ativista em encontro do CMDPD

O  Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPD), com apoio da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SDPD), realizou a 1ª reunião ordinária no dia 26 de fevereiro e contou com a presença do ativista social e escritor Tuca Munhoz, que trouxe reflexões importantes sobre a luta pessoal e coletiva em prol da pessoa com deficiência. 

Sensibilidade social 
De acordo com Tuca, ao se aproximar das experiências de uma pessoa com deficiência, o outro pode desenvolver um olhar mais sensível para as barreiras enfrentadas no dia a dia, sejam elas físicas, sociais ou emocionais. Isso incentiva mudanças individuais e coletivas para um mundo mais inclusivo. 

“Antes de falarmos da importância de um Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência, é preciso indagar: como é ser uma pessoa com deficiência? E como ter deficiência pode enriquecer a experiência humana? A partir dessas questões, a gente se fortalece e cria caminhos para mudanças na sociedade”, destaca Munhoz. 

CID e CIF 
O ativista explicou ainda sobre o avanço na incorporação da CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade), sistema de códigos da Organização Mundial da Saúde, utilizado para identificar a situação do indivíduo de forma biopsicossocial. Esse modelo considera a pessoa com deficiência de maneira muito mais ampla, diferente da CID (Classificação Internacional de Doenças), que analisa e interpreta doenças do corpo e problemas de saúde. 

“É importante que as pessoas se apropriem desse tipo de conhecimento, pois, em breve, teremos novas definições sobre a pessoa com deficiência com base nesse modelo biopsicossocial”, ressalta. 

Preconceito 
Um tipo de preconceito contra a pessoa com deficiência citado por Tuca foi o da comiseração. 

“O preconceito da comiseração é o preconceito da pena. É dizer para a pessoa que ela é ‘coitadinha’. Esse sentimento a coloca de maneira inferior e a faz ser vista como menos capaz. A pessoa com deficiência não precisa da sua piedade. Ela precisa de soluções práticas para ter uma vida com mais qualidade”, reivindica. 

Força coletiva 
Munhoz relatou como sua experiência com organizações ligadas aos direitos da pessoa com deficiência foi essencial para entender que as mudanças acontecem por meio da força coletiva. 

“Nesses encontros, descobrimos que o problema não estava em nossos corpos, mas sim na sociedade. Entendi que não podemos aceitar nada menos que o cumprimento dos nossos direitos”, conclui. 

Sobre a CMDPD 

O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPD) de Barueri é um órgão colegiado que atua na promoção, defesa e garantia dos direitos das pessoas com deficiência no município e tem a missão de formular políticas, fiscalizar a implementação de ações inclusivas e estimular a participação social para a construção de uma cidade mais acessível e igualitária. 

A próxima reunião do Conselho será no dia 18 de março (terça-feira), às 14h, na sede da SDPD, que fica na rua Vereador Isaías Pereira Souto, 175, no Jardim Belval.  

Fonte:Portal Barueri

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