A dor do jogador Ronaldinho Gaúcho
“Normalmente, quando era criança e chegava depois de jogar futebol, mamãe sempre estava rindo e contente. Mas um dia cheguei e ela estava chorando. Então vi Roberto (Assis), meu irmão. Ele me abraçou e me levou ao banheiro para ficarmos sozinhos. Ali ele me disse algo que não entendi naquele momento: ‘teve um acidente. Papai morreu’.
Isso não tinha sentido. O que isso significa? Quando virá pra casa? Como é que papai se foi?
Meu pai sempre foi o que sempre me disse: ‘você vai jogar futebol com criatividade. Ele foi o que me disse que sempre jogasse livre, com a bola. Ele sempre acreditou em mim mais que ninguém.

Quando meu irmão Assis começou a jogar futebol profissional no Grêmio, ele sempre me dizia a todo mundo: ‘Roberto é bom, mas esperem para ver seu irmão menor’.
Meu pai era um super-herói. Ele amava tanto o futebol que depois de trabalhar no estaleiro toda semana ia trabalhar como guarda de segurança no estádio do Grêmio durante o fim de semana. Como pode ser que nunca voltarei a vê-lo? Não conseguia entender o que meu irmão dizia.
Não senti tristeza na hora. Isso chegou mais tarde. Em alguns anos entendi que papai nunca voltaria. Mas entendi que cada vez que tenho uma bola nos pés, meu pai está ali comigo”.
Ronaldinho Gaúcho