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Educação em tempos de pandemia

Por Prof. Ivair Ferreira

Nesse momento muito emblemático da sociedade, várias questões estão sendo suscitadas: a mudança brusca no comportamento com o isolamento social que fez com que reprogramássemos nossos movimentos, todos em casa, milhares de informações vagas e muitas incertezas permearam nossas mentes.
A escola que é o espelho da sociedade teve que se readaptar “ao novo normal”, até os mais resistentes a tecnologia tiveram que “aprender “ a toque de caixa.
A vida mudou a rota e o trabalho remoto se tornou imperativo. Mas esse novo normal “deflagrou” a realidade existente até em grandes centros, que é a desigualdade social, onde temos residências que nem rede de esgoto, imagine se terá rede de internet.


A humanidade tem um estranho hábito de apontar culpados e não focar na solução: “a culpa é do carnaval”, “a culpa é dos chineses, do Governo“, e se esquivar do problema, nós educadores batemos na tecla de que temos que formar cidadãos protagonistas, porém esse protagonismo deve vir acompanhado de condições: socioemocionais, socioeconômicas e culturais.
Sempre me pergunto: como fazer uma criança aprender matemática de barriga vazia?


A escola quase invariavelmente é o lugar onde os alunos fazem suas refeições, confesso que passei noites pensando se meus alunos ao menos tiveram o alimento. Não defendo uma educação assistencialista, mas quando estamos na cerne do problema, nossa visão muda, “a educação deve ser assistencialista“, pois ninguém raciocina com fome, e aí deixo a reflexão: como ter uma educação tecnológica, quando ainda estamos preocupados se nossos alunos tiveram comida na mesa?

Ivair Ferreira (Psicólogo, professor de Filosofia da rede municipal de Santana de Parnaíba e professor de Filosofia da Rede Estadual de São Paulo e atualmente ocupa o cargo de Diretor da E.E. do Jardim Paulista em Barueri-SP.)

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