Médico brasileiro cria método para reverter doenças degenerativas nos EUA
Embora tenha passagem pelo corpo docente das universidades norte-americanas de Harvard, Petersburg e Indiana, foi na Universidade de Yale que o médico brasileiro Marc Abreu fez sua maior descoberta. O achado é capaz de dar esperança a pessoas diagnosticadas com enfermidades degenerativas, como doença de Alzheimer, esclerose múltipla, doença de Parkinson, distrofia muscular e esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Como coordenador de um centro de pesquisa em Yale, o especialista dedicou-se a desvendar os inúmeros mistérios que permeiam o cérebro nas últimas duas décadas. Em um dos estudos, Marc encontrou o túnel de temperatura cerebral e passou a investigá-lo, minuciosamente, chegando a desenvolver um tratamento inédito em esfera global para ajudar pacientes a administrarem as condições crônicas, geralmente, comuns em adultos e idosos.
Batizada por BTT Abreu 700, a tecnologia usa a indução de proteínas por choque térmico. A técnica não promete apenas impedir a progressão das doenças, mas também auxilia na recuperação de algumas das funções vitais perdidas pelos pacientes, em especial de natureza neurológica e osteomusculares. O objetivo é minimizar sintomas como fraqueza progressiva, atrofia muscular, perda de equilíbrio, alterações na voz, contrações involuntárias dos músculos, perda de memória, entre outros.
O quadro dos pacientes ocorre devido às condições provocarem a degeneração da estrutura das células e tecidos afetados, podendo envolver todo o organismo, desde vasos sanguíneos a órgãos. As doenças degenerativas são definidas dessa forma por gerar uma lesão tecidual de caráter evolutivo e irreversível. Mas, o método de Marc Abreu visa mudar esse cenário, bem como as classificações.
Técnica
Aprovada pela agência federal norte-americana Food and Drug Administration (FDA), a terapêutica é vista como uma espécie de “cirurgia do futuro”, por não ser invasiva. Nela, não há corte nem dor. Nas sessões de tratamento, o paciente utiliza uma espécie de capacete, desenvolvido por Marc, com um microssensor na superfície do túnel térmico do cérebro, localizado na pálpebra até a ponte do nariz.
O “capacete” possui antenas com a missão de captar o sinal cerebral e fazer, por meio da indução, a entrega de calor às proteínas de choque térmico. Em entrevistas, o especialista contou que essas proteínas, únicas presentes em todos os seres vivos, começam a diminuir ou perder a função com o envelhecimento.
“Nós conseguimos fazer, pela primeira vez, a indução dessa proteína no ser humano. Com isto, conseguimos também tratar essas doenças anteriormente não tratáveis”, afirmou o pesquisador à RedeTV. Marc avaliou os resultados promissores do BTT Abreu 700 em pacientes, sendo dois deles o rabino Israel Teitelbram e a coordenadora de eventos Hollye Mackler, ambos portadores de ELA.
De acordo com o pesquisador, o método não apresenta efeitos colaterais negativos e surpreende por restaurar as funções perdidas decorrentes das doenças degenerativas. Enquanto Hollye não entrava em um carro sem assistência, Israel tinha dificuldades para andar. Desde a primeira sessão do tratamento do médico brasileiro, os dois mostraram melhora nas atividades.
“Pacientes que não conseguiam andar, voltam a andar, não conseguiam comer, voltam a comer. Podemos dizer assim, é a esperança já com resultados”, declarou Marc Abreu, fundador do BTT Corp, também à RedeTV. Não há números exatos de quantas pessoas no Brasil e no mundo sofrem com algum tipo de condição crônica. No caso do Alzheimer, estima-se 1,2 milhões de indivíduos em todo o país e 35,6 em no planeta, segundo dados do AlzheimerMed.
As doenças degenerativas progressivas deixam o paciente incapaz, prejudicando a motilidade, respiração e memória. Em alguns casos, as condições crônicas levam eventualmente à morte. Por exemplo, uma pessoa com esclerose lateral amiotrófica conta com uma sobrevida média de 3 a 4 anos a contar do primeiro sintoma, de acordo com pesquisas científicas. Entretanto, existem casos que fogem dos prognósticos.
Formado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o médico Marc Abreu especializou-se na Harvard Medical School e na Yale University, onde lecionou no Departamento de Anestesiologia e fez pós-doutorado no Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais.
Em 2006, Marc fundou a empresa Brain Tunnelgenix Technologies Corp (BTT Corp). O pesquisador emplacou seu nome na história da medicina ao ser o pioneiro em descobrir o túnel térmico do cérebro, região responsável por determinar precisamente a temperatura corporal.