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Paulo Skaf defende delegar medidas de reabertura da economia a prefeitos

A quinta-feira (14) foi marcada por uma reunião do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Walter Braga Netto e mais de 500 empresários e membros de conselhos de empresas do Brasil para discutir os rumos da economia e os planos de retomada.

No centro da discussão estava Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Segundo o empresário, as decisões de reabertura do comércio devem ser delegadas a prefeitos e à “comunidade”, que, segundo ele, teriam uma compreensão melhor da região e da situação dos aparatos de saúde locais, como empresários, trabalhadores e médicos.

Em entrevista à CNN, o presidente da Fiesp defendeu o fim da homogeneidade das decisões feitas por governadores, especialmente em São Paulo, que definiu como tendo “645 realidades diferentes”, fazendo alusão ao número de municípios do estado.

“Queremos dar força ao municípios, pois a comunidade local sabe melhor que qualquer um da situação da região. É necessária uma mudança de critérios pois não há embasamento em uma decisão monocrática que atinge 645 municípios.”

Ele avalia que não são corretas “decisões horizontais”, e disse ser impossível comparar uma cidade de 100 mil habitantes com São Paulo capital, e defendeu o uso de protocolos de reabertura e distanciamento, como o elaborado pela própria Fiesp em documento enviado para gestores públicos de todo o país.

“A Fiesp montou um plano de retomada com todos os protocolos e cuidados a serem tomados. É possível realizar retomada gradual, serena, seguindo todos as diretrizes para que se cuide da saúde. Não somos nós que estamos inventando isso, o mundo está pensando nisso”, disse Skaf, que relembrou alguns setores que já voltaram a funcionar no Brasil, caso da construção civil, que adotou protocolos de distanciamento nas obras e até mesmo indicou aos funcionários maneira de se portar dentro de casa para evitar o contágio.

Ele defende a reabertura pois em sua visão, “o vírus não vai sumir na próxima semana”, e será algo que “precisaremos saber conviver”. Skaf diz que para enfrentarmos a pandemia é preciso ter visão em 360 graus da questão, não deixando de lado a questão econômica, já que em sua análise, vivemos “além de uma crise de saúde pública, uma crise econômica e social”.

Ele ainda criticou os defensores de uma quarentena mais prolongada e “lockdown”, dizendo ser “fácil não pensar em nada e esperar o barco rodar até encontrar uma vacina, o que pode levar o Brasil a uma “miséria absoluta”. O presidente da Fiesp, porém, pregou cautela.

“Como estamos mexendo com o desconhecido, é preciso ter a humildade para caso seja necessário recuar. Ninguém sabe como as coisas serão, por isso temos que ir com calma, mas continuar dando passos adiante.”

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