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Quem ama, cuida.

“Resolvi postar esse texto, porque a quantidade de gente mal-caráter abandonando animais e tentando se livrar dos próprios pets, porque “mulher ficou gravida” ou “vou mudar pra casa que não aceita cachorro” ou “não tenho tempo” ou “não tenho dinheiro” me deixa louca. Segue a minha atual situação:
Pra quem não sabe, esse é o Oscar. Adotamos o Oscar há 3 anos atrás, ele já não era mais um filhotinho pequeno. Perdi a conta de quantas vezes vi pessoas atravessando a rua pra não ter que andar do meu lado com um Rottweiler. Aos poucos fomos aprendendo todas as particularidades dele: Não gosta de macho, não gosta de veterinário, não gosta de carinho de estranhos, não sabe dividir os brinquedos, adora morder e puxar a coleira quando estamos andando, vomita com qualquer coisa que come, tem um problema de pele e é uma maquina de soltar pêlos. Tivemos que comprar um aspirador robô e mesmo assim não dou conta da quantidade de pêlo na casa inteira.
Ano passado eu desenvolvi uma alergia muito forte a cachorros. Eu espirro aproximadamente 100 vezes por dia. Toda vez que eu entro de casa, meu nariz e garganta coçam, meus olhos incham e eu não consigo respirar pelo nariz. Nenhum remédio nesse mundo resolve o problema, e recentemente minha alergia está tão péssima que eu não consigo dormir.
Estou escrevendo isso, porque semana que vem vou começar um tratamento de alergia que envolve injeções semanais, por um período de 6 meses. Essas injeções são perigosas, pois posso ter um choque anafilático dentro de 24 horas. (O tratamento será acompanhado por médicos). Fora a dor da injeção e o fato de que ficarei um dia inteiro em observação, uma vez por semana, por seis meses. Depois de 6 meses, a fase de manutenção com uma injeção por mês pode durar até 5 anos. Imagina que fácil pra mim seria dizer que tenho uma alergia crônica e preciso devolver o Oscar pra ONG. Na lógica de um mal-caráter, essa seria a solução.
Nesses quase 4 anos, e toda vez que descobrimos uma “particularidade” nova, eu jamais pensei em doar ou abandonar o Oscar. Ele é parte da minha vida e eu jamais conseguiria imaginar fazer uma coisa dessas com um ser inocente que só tem amor pra dar. Nunca deixo de dar um beijo na testa dele antes de ir trabalhar e falar pra ele que “a mãe já volta”, mesmo que isso signifique espirrar por 45 minutos sem parar na ida ao trabalho.
Se eu tivesse decidido encontrar uma nova família pro Oscar ou devolvê-lo pro abrigo, a única coisa que ele iria entender é que ele foi abandonado pela família que ele ama tanto. Ele não tem culpa das minhas alergias, do tamanho dele, das manias dele, do quanto é difícil encontrar alguém pra cuidar dele quando queremos ir viajar…
Então é isso: Se você não tem caráter pra amá-los até o fim da vida deles, acima de todos os obstáculos, não adote. Cachorro não é brinquedo, não é presente de Natal, não é status. Cachorro é parte da família e se você você não está disposto a um comprometimento que vai durar mais de 10 anos, não adote (e não compre… mas essa é uma história pra outro dia). Não ao abandono”.

Autora: Nicole Brogini

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