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Racismo na acepção da palavra

“Nós que fazemos o jornal Tribuna de Barueri e Região, nesse mês de conscientização, somos solidários a ‘Consciência Negra’, o ideal seria que tivéssemos ‘Consciência Humana’, onde todos se respeitassem e se amassem, como Jesus Cristo nos ensinou”.

Iracema Trígolo
Diretora Geral
Néo Marques
Editor e Jornalista Responsável

RACISMO NA ACEPÇÃO DA PALAVRA

Quando um negro é reduzido ao tamanho de um órgão sexual, ou ainda, quando uma negra é sexualmente coisificada, segundo o desejo dos brancos. Racismo visível quando se tratam as feridas psicológicas do preconceito racial como vitimismo. Racismo à tona em restaurantes, exposições, concertos e áreas VIP’s quando se vê uma maioria negra, na limpeza e na segurança, servindo aos brancos.
Racismo quando a justificativa disso acima é porque não se estudou o suficiente, mascarando, portanto, os limites postos entre a casa grande e a senzala. Racismo quando uma negra, ao levantar a voz por seus direitos, é colocada no lugar de barraqueira. Racismo quando uma médica negra é confundida com enfermeira, como se às negras não fosse permitido o exercício da medicina ou a enfermagem fosse uma profissão de segunda categoria.
Racismo quando o negro é visto enquanto um ser inferior, “estereotipado como feio, mau, sem regras, instintivo e sem moral” (FEITOSA, 2012, p. 13). Racismo quando as religiões de matriz africana são demonizadas, com terreiros apedrejados, suas lideranças ameaçadas e seus membros perseguidos. Racismo que fere a liberdade de crença.
Racismo quando, em uma revista, o branco passa rapidamente e o negro é vasculhado até a alma. Racismo quando as forças de segurança do Estado têm uma abordagem branda nos bairros nobres e uma severa nas periferias. Racismo perpetuado “[…] por meio da imposição de distâncias sociais criadas por diferenças enormes de renda e de educação, por meio de desigualdades sociais que separam brancos de negros, ricos de pobres, nordestinos de sulistas” (GUIMARAES, 1999, p. 59).
Racismo quando a branquitude usa da meritocracia para dissimular que a negritude foi historicamente vilipendiada em seus direitos. Racismo quando a história do Brasil é escrita tão-somente sob a ótica dos brancos, desconsiderando a narrativa dos povos originários e dos povos africanos cá escravizados. Racismo que não faz memória de si, em nenhum museu da escravatura. Racismo negado, ocultado, mas dolorosamente presente. Que jamais nos esqueçamos das atrocidades perpetradas contra a negritude desde a colonização. Isso porque: memória esquecida é memória repetida (Paulo Crespolini, psicólogo – CRP 06/132391 – graduado em Filosofia e pesquisador em Psicologia Analítica / ☎️Agendamentos – WhatsApp: (11) 97752-7000 / Imagem: Pixabay).

REFERÊNCIAS:

FEITOSA, C. F. J. “Aqui tem racismo!”: um estudo das representações sociais e das identidades das crianças negras. 2012. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

GUIMARAES, A. S. A. Racismo e antirracismo no Brasil. São Paulo: Editora 34, 1999, p. 59.

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