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Vender o Pão de Açúcar? Fechar o Extra? O que virá depois da cisão do Assaí, segundo o Safra

A disparada das ações do Pão de Açúcar (PCAR3), nesta quinta-feira (10), não deixa dúvidas de quanto os investidores gostaram da ideia de uma oferta pública inicial de ações (IPO), na sigla em inglês) do Assaí.

A euforia, contudo, não passou de um grande mal-entendido, segundo o co-vice-presidente do conselho de administração do GPA, Ronaldo Iabrudi. Em teleconferência com jornalistas, Iabrudi afirmou que a cisão do Assaí e sua posterior listagem na B3 e na Bolsa de Nova York não serão acompanhadas por um IPO.

De qualquer modo, à medida que o dia avança, alguns analistas começam a esboçar o que seria o dia seguinte à estreia da rede de atacarejo na Bolsa.

Entre os relatórios já publicados sobre o assunto, o do Banco Safra é o que levanta mais dúvidas sobre o futuro do Grupo Pão de Açúcar, depois dessa operação.

Guilherme Assis e Felipe Reboredo, que o assinam, reconhecem que a proposta destravará valor para os acionistas, já que o bom desempenho do Assaí é ofuscado pelo cenário complicado do varejo no Brasil.

Manifestando-se de modo semelhante ao Credit Suisse, o Safra também estima que o valor de mercado do Assaí seja muito próximo ao do GPA como um todo, atualmente. Enquanto o banco suíço calcula R$ 17 bilhões, o brasileiro fala em R$ 16,6 bilhões.

Elefante na sala

“Acima de tudo, acreditamos que, com o spin off, o processo de conversão das lojas Extra Hiper em Assaí terminará”, dizem os analistas do Safra. E é aí, que o banco dá um passo adiante, em relação às análises já publicadas.

A conversão das unidades do Extra em Assaí era uma das estratégias para mitigar o mau desempenho da bandeira de hipermercados. Uma vez que tiver que se sustentar sozinho, o Extra gerará o retorno esperado? E o que será da bandeira Pão de Açúcar?

Nas palavras do Safra, “como uma operação isolada, os ativos de varejo do GPA serão postos sob os holofotes”. Ficará muito mais claro, por exemplo, como o desempenho sofrível do Extra, nos últimos trimestres, destrói valor para os acionistas.

“A principal questão que permanece é se o acionista controlador, Casino, colocará à venda a bandeira premium de supermercados Pão de Açúcar e as operações do Exito fora do Brasil, encerrará ou colocará à disposição a mais problemática bandeira Extra”, pontua o Safra.

Por ora, o banco reafirmou sua recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 102, que embute um potencial de alta de 64%.

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